Donald Trump. Perdeu-se o craque do "soccer", sobrou o sulfuroso magnata eleito presidente. Que futuro para o desporto dos Estados Unidos?
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Donald Trump e o futebol. A relação parece improvável, mas existe. É só mais uma faceta do Capitão América, que, em 1964, aos 18 anos, quando frequentava o liceu militar de Nova Iorque, jogava ao "soccer", como o Tio Sam chama ao "beautifull game". Diz quem o conhece dessa altura que se perdeu um emérito extremo direito, um rapagão que também tinha muito jeito para o futebol americano e que até podia singrar como lançador profissional, tal o talento que tinha para o basebol. O mancebo, porém, tinha outros interesses, desde logo "agarrá-las pela ....", como se deixou apanhar no vídeo indiscreto. E ainda outros planos, para a construção de muros. Assim nasceu o jovem empresário da construção civil e se formou o "tycoon" americano, o magnata do imobiliário, a estrela da telerrealidade e o político acabadinho de ser eleito como 45.º presidente dos Estados Unidos. Que impacto terá no desporto dos "States"?
Ironia do destino, nem três dias após ter ganho as presidenciais, Trump apanha com um jogo de futebol carregado de toda a simbologia política. Na madrugada deste sábado, jogou-se, em Columbus, o Estados Unidos-México, de apuramento para o Mundial de 2018. Os "States" jogaram em casa, mas o cartaz prometia uma enorme mobilização da comunidade mexicana, em contestação ao sucessor de Barak Obama.
Os propósitos racistas e separatistas de Donald em relação à comunidade hispânica radicada nos Estados Unidos chegaram somados à promessa de construção de um muro de 30 metros de altura ao longo da fronteira com o México. Se se lhe juntarem as polémicas e desavergonhadas declarações homofóbicas e misóginas, está feito o caldo para a bronca. Antes das eleições, a Federação Americana de Futebol já disse que temia pela candidatura ao Mundial de 2026, numa organização projetada, a meias, com o... México! E o Comité Olímpico Americano receia o mesmo para a candidatura de Los Angeles aos Jogos Olímpicos de 2024.
Seja como for, há que aguardar. É que, por muito sulfuroso que seja, Trump não conhece fronteiras para os negócios. Nem com os hispânicos. Olha-para-o-que-eu-digo-não-olhes-para-o-que-eu-faço, Donald ofereceu, no ano passado, 100 milhões de dólares para aquisição do Atlético Nacional, da Colômbia. O clube de futebol de Medillín mandou-o dar uma volta...