Em discussão estiveram “algumas das complexidades” do acordo comercial assinado entre Washington e Pequim.
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No contexto da guerra comercial em curso entre Washington e Pequim, Donald Trump e Xi Jinping retomaram esta quinta-feira o diálogo, na primeira chamada telefónica conhecida entre os presidentes norte-americano e chinês desde que Trump tomou posse para um segundo mandato, a 20 de janeiro.
O líder da Casa Branca declarou que as negociações, numa conversa que durou mais de uma hora, levaram a “uma conclusão muito positiva”, anunciando que novas conversações entre as duas maiores potências ocorrerão em breve, a um nível inferior. Segundo o Governo chinês, Xi disse a Trump para recuar nas tarifas aduaneiras que perturbam a economia global e alertou-o contra medidas ameaçadoras em relação a Taiwan.
Em mensagem publicada na sua plataforma Truth Social, Trump referiu que a conversa com o homólogo chinês “foi muito boa”. Em discussão estiveram “algumas das complexidades” do acordo comercial “recentemente assinado e acordado”, explicou, numa referência ao acordo de 90 dias, assinado a 12 de maio para reverter algumas das tarifas a três dígitos, de retaliação, que se tinham imposto mutuamente desde a chegada de Trump à Casa Branca.
“A conversa durou aproximadamente uma hora e meia e resultou numa conclusão muito positiva para ambos os países. Não deve haver mais dúvidas sobre a complexidade dos produtos de terras raras. As nossas respetivas equipas reunir-se-ão em breve num local a definir... Durante a conversa, o presidente Xi convidou gentilmente a primeira-dama e a mim para visitarmos a China, e eu retribuí”, escreveu ainda Trump na Truth Social.
“Como presidentes de duas Grandes Nações, isto é algo que ambos ansiamos por fazer. A conversa centrou-se quase inteiramente no comércio”, referiu ainda o presidente dos EUA, adiantando que no telefonema os dois não abordaram a Rússia e a Ucrânia ou o Irão. “Estamos em ótimas relações com a China e com o acordo comercial”, diria mais tarde o presidente republicano em declarações aos jornalistas.
“Chegámos a um consenso”
Os meios de comunicação estatais chineses informaram que a conversa entre Trump e Xi, que não acontecia desde 17 de janeiro, ocorreu a pedido da Casa Branca. “Chegámos a um consenso”, declarou Xi Jinping após o telefonema.
O líder do gigante asiático salientou que as duas partes “devem alargar o consenso”, bem como “reduzir os mal-entendidos, fortalecer a cooperação” e “intensificar as trocas”. O presidente chinês considerou que é importante “dissipar as ruturas nas relações China-EUA”, assinalando que “a China tem sinceridade e princípios”.
Trump elogia aumento da despesa em defesa
O presidente dos EUA elogiou o aumento dos gastos militares da Alemanha, durante uma visita de Friedrich Merz à Casa Branca, onde o chanceler alemão explicou que esse reforço também se destina à Ucrânia. “Sei que agora estão a gastar mais dinheiro em defesa, muito mais dinheiro, e isso é uma coisa boa”, disse Donald Trump. Na resposta, Merz lembrou que esse reforço na área da defesa se destina a procurar ajudar Kiev no esforço de resistência contra a invasão russa iniciada em 2022. “Sabe que fornecemos apoio à Ucrânia e que estamos a procurar aumentar a pressão sobre a Rússia”, disse Merz. O chanceler prometeu cumprir a exigência dos EUA de um aumento das despesas com defesa e segurança dos países da NATO para 5% do produto interno bruto (PIB) até ao início de 2030. Sobre o conflito na Ucrânia, Merz reconheceu que Trump é a “figura-chave” para se encontrar uma solução pacífica. Durante a sessão na Sala Oval da Casa Branca, Friedrich Merz entregou a Trump uma certidão de nascimento do seu avô paterno, Frederick Trump, que nasceu em 1869 na atual Alemanha.
NATO
Rutte propõe gastos de 5% do PIB
O secretário-geral da NATO propôs ontem, oficialmente, que os membros da Aliança Atlântica concordem, na cimeira deste mês, em Haia, aumentar os gastos com defesa para 5% do PIB, para cobrir os custos das capacidades militares da organização.
“Há um amplo apoio”
Após a reunião dos ministros da Defesa da NATO, que acordou os novos requisitos de capacidades militares, o ex-primeiro-ministro dos Países Baixos confirmou a iniciativa para a cimeira de Haia, em que se espera que os líderes da Aliança Atlântica cheguem a um acordo sobre o novo pacto. “Há um amplo apoio. Estamos muito perto [de um acordo]”, disse Rutte, sublinhando que tem “total confiança” em que todas as partes concordem com a proposta até à cimeira da NATO.