O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou novas sanções contra o sistema bancário iraniano, assegurando tratar-se das "mais severas jamais impostas a um país".
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"Acabamos de sancionar o banco nacional do Irão. Acabamos mesmo de o fazer", disse Trump a partir da Sala Oval da Casa Branca, após um encontro com o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.
Segundo Trump, as novas sanções "dirigem-se diretamente ao mais alto nível" e explicou que essa entidade atua como banco central iraniano.
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As novas sanções surgem na sequência dos ataques de sábado com "drones" (veículos não tripulados) a um campo petrolífero da Arábia Saudita, em que Washington responsabilizou o Irão, o que é desmentido por Teerão.
Os Estados Unidos já têm em curso uma série de sanções ao Irão desde que abandonaram o acordo nuclear, em novembro de 2018.
Ao falar também aos jornalistas, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, considerou que as mais recentes sanções impostas ao Irão demonstram que os Estados Unidos estão a manter "pressão máxima" sobre Teerão.
"Cortamos agora todos os fundos para o Irão", afirmou, explicando que, desta forma, ataca-se "a última fonte de rendimento do banco central iraniano e do Fundo Nacional de Desenvolvimento".
Não seguirá mais dinheiro para os 'Guardas da Revolução'
"Isso significa que os fundos soberanos serão cortados do nosso sistema bancário, pelo que não seguirá mais dinheiro para os 'Guardas da Revolução' [exército de elite do poder iraniano] para financiar o terrorismo", acrescentou.
Segundo o Tesouro norte-americano, o banco central iraniano e o Fundo Nacional de Desenvolvimento têm "financiado em milhões e milhões de dólares os 'Guardas da Revolução' e a sua 'Força Qods'", encarregada das operações exteriores, e ainda o "seu aliado terrorista, o Hezbollah" libanês.
Os três grupos são considerados por Washington como "organizações terroristas".
O banco central iraniano e grande parte das entidades financeiras iranianas estão já sob sanções norte-americanas desde novembro de 2018, após a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear.
Por outro lado, o governador do banco central do Irão foi integrado em maio de 2018 na "lista negra" elaborada pelos Estados Unidos por "financiamento ao terrorismo".
Na quarta-feira, o presidente norte-americano anunciou ter ordenado um "aumento substancial" das sanções contra o Irão, após a polémica criada pelo ataque às refinarias sauditas.
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Trump prevê examinar as várias opções militares contra o Irão, mas continua reticente a autorizar uma intervenção de grande escala como retaliação aos ataques de sábado.
Segundo o jornal "The New York Times", vários membros da equipa de segurança nacional de Trump terão estado reunidos na quinta-feira para ultimar uma lista de possíveis objetivos no Irão que Washington poderia atacar.
O secretário da Defesa norte-americano, Mark Esper, e o chefe do Estado Maior Conjunto, general Joseph Dunford, devem apresentar essas opções ainda esta sexta-feira a Trump durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, acrescentou o mesmo jornal.
O "The New York Times", citando uma fonte oficial, refere ainda que, entre as opções que o Pentágono propõe, não está incluída a possibilidade de ataques em grande escala, centrando-se mais em "operações clandestinas" a locais de onde o Irão lança os "drones" e mísseis de cruzeiro, bem como aos paióis de munições.