Um juiz federal recusou esta quinta-feira uma contestação apresentada pelos advogados do Presidente dos Estados Unidos autorizando o procurador de Manhattan a obter as declarações de impostos de Donald Trump dos últimos oito anos.
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Os advogados de Trump recorreram imediatamente da decisão, anunciada esta quinta-feira pelo juiz federal de Nova Iorque Victor Marrero.
A decisão vai ao encontro de uma outra tomada pelo mesmo juiz, em outubro de 2019, confirmada em julho passado pelo Supremo Tribunal e contestada pelos advogados de Trump dias depois.
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Na contestação, Donald Trump argumentou que a intimação para entregar as declarações fiscais, emitida pelo procurador de Manhattan, Cyrus Vance, foi feita de "má-fé", pode ter sido politicamente motivada e constitui "assédio", sobretudo porque foi redigida com uma linguagem semelhante à das intimações feitas pelo Congresso.
O procurador defende que o acesso aos registos fiscais é necessário para a "complexa investigação financeira" relacionada com relatos que apontam para uma "extensa e prolongada atividade criminosa da Organização Trump", o grupo empresarial do Presidente norte-americano.
Cyrus Vance investiga pagamentos feitos durante a campanha presidencial de 2016 a duas mulheres, entre as quais a atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, para as silenciar sobre alegados casos extraconjugais de Donald Trump, que os nega.
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O procurador quer que a empresa de contabilidade de Trump, a Mazars USA, divulgue as declarações, dado que o antigo advogado de Trump, Michael Cohen, testemunhou perante o Congresso que o Presidente não declarou o valor real dos seus rendimentos aos serviços fiscais, violando leis estaduais.
Em julho, o Supremo Tribunal rejeitou os argumentos de Trump de que não podia ser sequer investigado enquanto exercer as funções de Presidente, mas permitiu que a equipa de advogados contestasse a decisão.