O chefe da diplomacia tunisina, Rafic Abdessalem, pediu uma reunião de urgência da Liga Árabe e um inquérito internacional após revelações da televisão Al-Jazeera sobre a morte de Yasser Arafat dando crédito à tese de assassínio.
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"Apelamos a uma reunião de urgência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe e apelamos à criação de um comité internacional para investigar as circunstâncias da morte do dirigente (palestiniano) Arafar", declarou à rádio privada Mosaique FM.
"Temos uma dívida em relação àquele grande homem que teve uma grande influência no processo nacional palestiniano", adiantou, após um encontro com o presidente tunisino, Moncef Marzouki.
O ministro referiu o exemplo do inquérito ao assassínio em 2005, num atentado em Beirute, do antigo primeiro-ministro libanês Rafic Hariri para justificar a necessidade de uma investigação internacional sobre a morte de Arafat. Um Tribunal Especial para o Líbano foi criado pelo Conselho de Segurança da ONU para julgar os presumíveis assassinos do dirigente libanês.
A Tunísia manteve relações privilegiadas com Arafat nos anos 1980 e 1990, acolhendo a Organização de Libertação da Palestina, considerada então uma organização terrorista pela comunidade internacional.
Segundo um documentário da Al-Jazeera, um laboratório suíço, o Instituto de Física de Radiação de Lausanne, descobriu "uma quantidade anormal de polónio" quando analisou amostras biológicas em objetos pessoais de Arafat entregues à viúva pelo hospital militar de Percy, no sul de Paris, onde o dirigente palestiniano morreu.
A viúva de Yasser Arafat já pediu a exumação do cadáver do líder palestiniano para confirmar aqueles indícios, tendo as autoridades palestinianas apelado à formação de uma comissão de inquérito internacional sobre a morte de Arafat, semelhante à que investigou o assassínio de Rafic Hariri.
"Acusações ridículas", diz Israel
Israel classificou de "ridículas" as alegações de que o líder histórico palestiniano Yasser Arafat morreu envenenado com polónio 210.
"Desmentimos categoricamente todas essas acusações ridículas que tentam apontar Israel (como autor) do envenenamento de Arafat", declarou Lior Ben Dor, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que "Israel não teve qualquer relação com a sua morte".
Segundo Lior Ben Dor, a investigação da televisão árabe "é uma campanha bem estudada e planificada pela Al-Jazeera, cuja agenda anti-israelita é bem conhecida".