Turista espanhola morre atacada por elefante enquanto lhe dava banho na Tailândia
Uma turista espanhola de 22 anos morreu, na sexta-feira passada, depois de ser atacada por um elefante no santuário Koh Yao Elephant Care, na cidade de Yao Yai, durante umas férias na Tailândia.
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De acordo com o jornal espanhol "El País", Blanca Ojanguren Garcia, que era estudante do quinto ano de Direito e Relações Internacionais da Universidade de Navarra, estava a dar banho a um elefante quando, ao passar à frente dele, foi atacada pelo animal. Os relatos iniciais adiantavam que o elefante a tinha apunhalado com as presas, mas as autoridades locais explicaram à agência EFE que o animal empurrou a turista com a tromba. A jovem de Valladolid foi transportada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Estavam outras 18 pessoas no local, mas mais ninguém ficou ferido.
A espanhola estava de férias na Ásia com o namorado, um soldado de Oviedo que assistiu ao acidente, depois de ter terminado um programa de intercâmbio internacional de seis meses em Taiwan, para onde se mudou temporariamente em agosto passado para estudar na Universidade de Tamkang.
“O Consulado em Banguecoque está em contacto com os familiares, oferecendo toda a assistência consular necessária”, disseram fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citados pelo mesmo jornal.
Depois de ouvir a notícia, um grupo de estudantes espanhóis que conhecia Blanca diz ter ficado “absolutamente destruído”, detalharam fontes próximas ao jornal espanhol "El Mundo". “Ela era uma rapariga excecional”.
Também o autarca de Valladolid, Jesús Julio Carnero, lamentou a morte da jovem, desejando os "sentidos pêsames" para a família.
De acordo com o "Diario de Valladolid" e "El Norte de Castilla", a jovem pertencia a uma família de militares. Nascida em Santander depois de a família se ter mudado de San Sebastián para trabalhar, Blanca e os dois irmãos foram viver para Valladolid, onde completaram os estudos primários. Foi aluna da Escola Pinoalbar, onde se destacou com uma nota de 9,89 no bacharelato em Ciências Humanas e Sociais. Destacou-se também no desporto, tendo feito parte da equipa de ginástica rítmica do La Victoria Sports Club, campeã regional em 2017. Nos últimos meses, tinha realizado estágios profissionais na secção de protocolo do Quartel-General da Marinha em Madrid, onde colaborou na organização de eventos militares e antes, em 2022, realizou outro estágio numa empresa de consultoria técnico-jurídica em Madrid.
Esta é a primeira morte por ataque de elefante em 2025. Nos últimos 12 anos, registaram-se 240 acidentes mortais, embora a maioria se deva à invasão de zonas habitadas por pessoas por animais selvagens devido à perda de habitat natural. Em 2024, 39 pessoas morreram por esse motivo.
Por outro lado, esta é a segunda morte de um cidadão espanhol num acidente no estrangeiro com um elefante em poucos meses. Em julho passado, Carlos Luna, de 43 anos, foi pisado até à morte por um elefante na África do Sul, onde fazia um safari.
Ativistas criticam atividades turísticas com elefantes
Segundo a BBC, dar banho a elefantes é uma atividade popular entre os turistas na Tailândia, que abriga mais de quatro mil elefantes selvagens e tem um número semelhante mantido em cativeiro, de acordo com o Departamento de Parques Nacionais. Os elefantes raramente são agressivos, mas podem sê-lo quando se sentem ameaçados ou para proteger as crias.
O centro de Koh Yao oferece pacotes de "cuidados com elefantes" que permitem que os turistas preparem comida e alimentem os animais, além de tomar banho e caminhar com eles. Esses pacotes custam entre 1900 bahts e 2900 bahts (equivalente a entre 52 e 80 euros).
Ativistas dos animais já criticaram as atividades de banho de elefantes, argumentando que interrompem os comportamentos naturais de higiene e expõem os animais a stress desnecessário e possíveis ferimentos. Especialistas explicaram ao jornal "Clarín" que o elefante pode ter ficado stressado por ter de interagir com turistas fora do seu habitat natural.
Há vários anos que a World Animal Protection, uma instituição de caridade internacional, pede que países como a Tailândia parem de criar elefantes em cativeiro. Mais de seis em cada 10 elefantes usados para turismo na Ásia vivem em condições "severamente inadequadas", disse a instituição de caridade. "Esses animais inteligentes e socialmente complexos, com capacidade para pensamentos e emoções complexas, suportam profundo sofrimento em cativeiro, pois as suas estruturas sociais naturais não podem ser replicadas artificialmente".
No passado, milhares de elefantes foram usados na indústria madeireira, mas quando a exploração madeireira foi proibida, em 1989, começaram a ser exibidos nas ruas para pedir esmolas e em centros de entretenimento.