O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu esta quinta-feira, numa conversa telefónica com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que adote um "cessar-fogo unilateral" na Ucrânia para poder ser negociada "uma solução justa".
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"Os pedidos de paz e as negociações entre Moscovo e Kiev devem ser apoiados por um cessar-fogo unilateral", disse o chefe de Estado da Turquia a Putin, de acordo com um comunicado divulgado pela presidência turca.
Erdogan, que deve encontrar-se esta quinta-feira com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem tentado manter boas relações com os dois países em guerra desde o início do conflito, em fevereiro do ano passado, embora seja um dos fornecedores de armas a Kiev.
Membro da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a Turquia não adotou sanções contra a Rússia e assumiu, sob a égide da ONU, um papel mediador entre Kiev e Moscovo, nomeadamente nos acordos que permitiram desbloquear os cereais ucranianos e fertilizantes russos para voltarem a ser exportados através do mar Negro para o resto do mundo.
Ancara também desempenhou um papel importante numa troca de prisioneiros, realizada em setembro passado.
Apesar do papel de mediação, a Turquia forneceu armas à Ucrânia, incluindo drones e veículos blindados e fez acordos sobre energia e cooperação com Moscovo, conseguindo um equilíbrio complicado.
Erdogan e Putin também discutiram a cooperação energética, com o projeto de estabelecer um centro regional de distribuição de gás natural na Turquia, tendo o presidente turco pedido medidas concretas para a infraestrutura em funcionamento o mais rapidamente possível.
Outro dos temas da conversa foi a situação na Síria, depois da primeira reunião de alto nível em 11 anos entre Ancara e Damasco, realizada em Moscovo no final de dezembro, com a participação dos ministros da Defesa da Turquia e da Síria e a mediação ministro russo com a mesma pasta.