A Turquia convocou o representante do Vaticano em Ancara para explicar a utilização pelo Papa Francisco da palavra "genocídio" em relação ao massacre de arménios pelas forças otomanas há 100 anos.
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O núncio apostólico em Ancara, representante diplomático do Vaticano, foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, noticiou a CNN-Turk, sem dar pormenores.
O Papa Francisco usou este domingo a palavra genocídio para descrever o massacre dos arménios pelas forças do Império Otomano durante a I Guerra Mundial.
"No século passado, a nossa família humana passou por três tragédias sem precedentes. A primeira, que foi largamente considerada como 'o primeiro genocídio do século XX', atingiu o povo arménio", disse Francisco numa missa na basílica de São Pedro, em Roma.
"As duas outras [tragédias humanas] foram praticadas pelo nazismo e pelo estalinismo. E, mais recentemente, outros extermínios de massa, como no Camboja, Ruanda, Burundi ou Bósnia", acrescentou, citado pelas agências internacionais de notícias.
Milhares de arménios foram deportados e massacrados pelo império otomano durante a I Guerra Mundial, factos reconhecidos como genocídio por mais de 20 países mas nunca pela Turquia.
Segundo a Arménia, 1,5 milhões de pessoas foram perseguidas e mortas, enquanto, para a Turquia, o número de arménios mortos não supera os 500 mil e enquadra-se nos combates que se sucederam ao levantamento das populações arménias contra os otomanos.