Ucranianos e norte-americanos vão reunir-se na Suíça para discutir plano de Trump

O presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky
Foto: Tetiana Dzhafarova / AFP
As autoridades ucranianas e norte-americanas vão reunir-se em breve na Suíça para discutir o plano de Donald Trump para terminar a guerra Ucrânia, que suscitou preocupação nas autoridades da Ucrânia, divulgou este sábado o Governo ucraniano.
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"Nos próximos dias, na Suíça, vai ser lançada uma consulta entre altos responsáveis ucranianos e norte-americanos sobre os parâmetros possíveis para um futuro acordo de paz", anunciou hoje Rustem Umerov, chefe do Conselho de Segurança da Ucrânia, na rede social Facebook, citado pela agência de notícias AFP.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto que constitui a delegação que será responsável por participar nas negociações com Washington e, no futuro, com Moscovo.
Esta delegação será liderada pelo chefe do Gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, e incluirá, entre outros, Rustem Umerov, os chefes dos serviços de segurança e de informações e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Será uma delegação essencialmente militar.
O plano de 28 pontos elaborado pelo Governo do presidente norte-americano, Donald Trump, é visto com grande preocupação em Kiev, pois incorpora várias exigências russas importantes: a Ucrânia ceder território, aceitar uma redução do seu Exército e renunciar à adesão à NATO.
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No entanto, oferece a Kiev garantias de segurança do ocidente para evitar quaisquer novos ataques russos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia rejeitado na sexta-feira o plano, que Donald Trump e Vladimir Putin o estão a pressionar para aceitar, afirmando que iria propor "alternativas" aos norte-americanos.
Donald Trump deu à Ucrânia até 27 de novembro, Dia de Ação de Graças, para responder às soluções propostas pelos norte-americanos.
"Terão de gostar, e se não gostarem, bem, já sabem, podem simplesmente continuar a lutar", declarou o líder norte-americano na televisão.
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O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, afirmou na sexta-feira que o texto norte-americano "poderá servir de base para uma solução final e pacífica" do conflito que começou em 2022.
Putin disse estar pronto para "uma discussão completa de todos os detalhes" do texto elaborado por Washington.
Em caso de rejeição por parte da Ucrânia, Putin ameaçou continuar os ganhos territoriais na frente de batalha, onde o seu Exército detém a vantagem.
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Perante esta dupla pressão dos Estados Unidos e da Rússia, Zelensky iniciou também consultas com os seus principais aliados na Europa.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, numa guerra que teve o seu início em 2014 com a anexação da península da Crimeia pelos russos.
