Em Kiev, ucranianos juntaram-se para celebrar data festiva. Vladimir Putin foi à missa sozinho.
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Os dois países, em guerra desde fevereiro de 2022, celebraram, este sábado, o Natal ortodoxo, religião praticada pela maioria dos cidadãos ucranianos e russos, porém, sem direito a paz.
Apesar de Vladimir Putin, presidente da Rússia, ter ordenado, na última quinta-feira, um cessar-fogo de 36 horas, que termina à meia-noite, as autoridades da Ucrânia queixam-se de que nem o espírito natalício amenizou os confrontos no campo de batalha.
Pelo menos sete regiões do país foram alvo de ataques, nos quais morreram três pessoas. Em Kherson, uma corporação de bombeiros foi brutalmente atingida.
Ainda assim, o pânico sentido pela população não se sobrepôs à vontade de festejar a data religiosa. Centenas de fiéis assistiram, no famoso Mosteiro de Kiev-Petchersk - que antes da guerra respondia ao Patriarcado de Moscovo, mas que agora passou para as mãos da Ucrânia -, a uma missa celebrativa.
Os presentes, entre os quais homens vestidos com uniformes militares, estiveram sobre a proteção da polícia ucraniana, sendo que para poderem entrar no local de culto foram instados a apresentar documentos de identificação e a passar por rigorosos detetores de metais.
No Instagram, o presidente Volodymyr Zelensky publicou um vídeo no qual endereçou uma simbólica mensagem à população. "Fiquei feliz por ver tantas pessoas naquele lugar sagrado", apontou.
Num cenário antagónico, surgiu Putin. O líder do Kremlin celebrou o Natal de forma solitária, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, quando marcava presença em serviços de agenda. Desta vez, o presidente russo esteve sozinho no culto da meia-noite na Catedral da Anunciação, no interior do Kremlin, originalmente criada para os czares da Rússia.
Putin, num comunicado divulgado pelo Governo, deu os parabéns aos cristãos ortodoxos, dizendo que o feriado inspirou "boas ações e aspirações". O líder elogiou ainda a Igreja Ortodoxa, cujo chefe Patriarca Kirill apoiou a "operação militar especial".
No ano passado, durante um sermão, Kirill defendeu que morrer em combate "lava todos os pecados".