
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Foto: Ronald Wittek/ EPA
O Kremlin afirma que a medida vai "acelerar" o declínio da economia da União Europeia, porque força o bloco a recorrer a alternativas mais caras.
Numa tentativa de cortar financiamento a Moscovo, a União Europeia chegou esta quarta-feira a acordo para proibir todas as importações de gás russo até ao final de 2027. "Conseguimos: a Europa está a fechar a torneira do gás russo para sempre", escreveu o comissário europeu de Energia, Dan Jorgensen, no X.
Este compromisso dos eurodeputados pretende romper com a dependência do bloco à Rússia e enfraquecer o Kremlin num momento em que se tenta alcançar a paz na Ucrânia. "Escolhemos a segurança e a independência energética para a Europa. Chega de chantagem. Chega de manipulação do mercado por Putin. Estamos firmemente do lado da Ucrânia", acrescentou Jorgensen.
"Este é o alvorecer de uma nova era, a era da plena independência energética da Europa em relação à Rússia", declarou hoje a presidente da UE, Ursula von der Leyen, aos jornalistas. Foi um "dia histórico", com um "virar da página" da dependência energética da Rússia, acrescentou a responsável.
Contestação russa
O Kremlin deixa um aviso. Esta medida vai "acelerar" o declínio da economia da UE, dado que força o bloco a recorrer a alternativas de gás mais caras. Também a Hungria e a Eslováquia contestaram a decisão. O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjártó, afirmou que contestará a proibição perante o Tribunal de Justiça da UE.
O plano foi aprovado pelos Estados-membros em outubro e exigia apenas uma maioria, contornando, assim, a oposição da Hungria e da Eslováquia. O acordo também exige que a Comissão elabore um plano para pôr fim às exportações de petróleo russo para ambos os países até o final de 2027.
A importação de gás russo caiu de 45% em 2021 para 19% em 2024. Embora a Europa tenha reduzido as entregas por gasoduto, recorreu em parte ao gás natural liquefeito (GNL). Atrás dos EUA (45%), a Rússia continua a fornecer este produto, com 20% das importações de GNL da UE em 2024.

