Decisão pode ser tomada entre terça e quarta-feira, em reunião informal de chefes da diplomacia dos 27 estados-membros, avança o jornal "Financial Times".
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A marcar a "rentrée" política da União Europeia (UE) estão duas reuniões que esta semana acontecem em Praga, entre os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros dos 27 estados-membros. Enquanto no âmbito da Defesa - reunião que decorre segunda e terça-feira - será discutida a ampliação de apoios concedidos à Ucrânia, no encontro entre os chefes da diplomacia, esta terça e quarta-feira, as atenções estarão centradas na possível suspensão do acordo de facilitação de vistos para turistas russos, avançou este domingo o jornal "Financial Times" (FT).
Segundo o jornal britânico, a União Europeia deverá avançar para o congelamento do acordo UE-Rússia, de 2007, de atribuição de vistos, o que, a concretizar-se, tornará mais difícil e dispendioso, para os cidadãos russos, obter documentos para circulação no espaço Schengen.
Pressão do Leste
O debate sobre a atribuição de vistos surge depois de alguns estados-membros do Leste da Europa terem ameaçado fechar unilateralmente as suas fronteiras aos turistas russos; enquanto outros países, como a Estónia, têm apelado a uma ação coletiva para impedir que estes cidadãos viajem para a UE com vistos de turista. O presidente ucraniano tem, inclusive, insistido numa proibição completa de entrada no espaço Schengen para estes viajantes.
Escreve o "Financial Times", citado pelo jornal "The Guardian", que, "como primeiro passo, os ministros planeiam dar apoio político à suspensão do acordo de facilitação de vistos UE-Rússia numa reunião de dois dias em Praga", disseram ao FT três funcionários envolvidos nas negociações.
Ao mesmo jornal, um alto funcionário da UE considerou ainda: "Não é apropriado que os turistas russos circulem nas nossas cidades, nas nossas marinas. Temos que enviar um sinal à população russa de que esta guerra não está bem, não é aceitável".
Partes do acordo de 2007 relativas à livre circulação de funcionários do Governo e empresários foram suspensas no final de fevereiro, após o início da ofensiva russa. Uma suspensão mais ampla removeria o tratamento preferencial concedido aos russos ao solicitar todos os vistos da UE, exigindo mais documentos, tornando-os mais caros e aumentando significativamente os tempos de espera.
O alto funcionário da UE acrescentou ainda que mudanças mais profundas poderão ser introduzidas até o final do ano: "Estamos numa situação excepcional e isso requer medidas excepcionais. Queremos ir além da suspensão da facilitação de vistos".