A União Europeia vai elaborar até junho um plano de ação destinado a reduzir a sua dependência energética, em particular da Rússia, anunciou esta sexta-feira o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
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"Os dirigentes da UE pediram à Comissão Europeia um plano de ação concreto para o mês de junho", indicou Van Rompuy no final da cimeira europeia, sublinhando que é necessário "acelerar o ritmo para reduzir a dependência, particularmente da Rússia".
O responsável afirmou que esta questão é "particularmente pertinente no atual contexto", frisando que se a UE não agir, a sua dependência em relação ao exterior atingirá os 80% até 2035, no que respeita ao consumo de gás e petróleo.
As importações de gás russo representam 27% do consumo de gás da UE.
"Sessenta e quatro anos após a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), devemos evoluir para uma União da Energia", defendeu Van Rompuy.
O presidente do Conselho Europeu referiu a necessidade de redução do consumo, diversificação das fontes, desenvolvimento das energias renováveis e de melhores ligações na Europa, reclamadas, nomeadamente, por Portugal e Espanha, e sugeriu também a compra de gás de xisto americano.
Merkel acha difícil conseguir melhor preço
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que será difícil aos fornecedores de gás europeus oferecerem à Ucrânia um preço mais baixo do que aquele que paga atualmente à Rússia.
"É preciso dizer que o preço ucraniano do gás foi até agora especialmente baixo. Muitos Estados-membros da União Europeia pagam mais", disse Merkel em Bruxelas, horas depois de a Rússia ter anunciado o fim do desconto que fazia à Ucrânia.
Referindo que o comissário europeu da Energia, Guenter Oettinger, trabalha há algum tempo na possibilidade de fornecimento de gás à Ucrânia, Merkel sublinhou que a questão envolve "dois elementos, o técnico e o do preço".
"Mas vai ser difícil para os fornecedores europeus oferecerem um preço mais barato que o que a Ucrânia paga agora", porque o gás europeu é mais caro que o russo.
A Rússia aplicava um desconto de mais de 30% ao preço do gás que exportava para a Ucrânia em troca da utilização da base naval de Sebastopol, na península da Crimeia, anexada esta semana pela Rússia.