A União Europeia (UE) manifestou, esta sexta-feira, a sua "profunda" preocupação pelos "violentos" confrontos ocorridos durante a noite em Jerusalém, que culminaram uma semana de altercações, e pediu calma e responsabilidade.
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Em comunicado, o porta-voz do Serviço europeu de Ação Externa, Peter Stano, declarou que a UE "pede calma e uma redução imediata das tensões e que todos mostrem moderação e responsabilidade neste momento delicado".
O porta-voz disse que "a UE está profundamente preocupada com os violentos confrontos da noite em Jerusalém" e constatou que "estes últimos incidentes seguem-se a várias noites de tensão e violência" na cidade, "bem como em Jaffa no princípio da semana".
Os incidentes, que já foram considerados os mais graves em Jerusalém nos últimos cinco anos, consistiram em várias horas de violência, concentrada nas imediações da Cidade Velha, envolvendo civis palestinianos, polícias israelitas e jovens judeus ultra direitistas.
O saldo foi mais de 120 feridos e 50 detidos.
O Crescente Vermelho palestiniano referiu-se a 105 feridos, 20 dos quais foram transferidos para hospitais, enquanto a polícia israelita informou que 20 efetivos também ficaram feridos e que foram detidas 44 pessoas.
Os confrontos eclodiram na sequência de uma marcha do movimento judeu de extrema-direita Lahava, um grupo abertamente hostil contra os palestinianos.
Na quinta-feira, as forças da ordem destacaram centenas de agentes e uma unidade de cavalaria perto da Porta de Damasco, para proteger "a liberdade de expressão" dos manifestantes.
De acordo com testemunhas, durante a marcha alguns membros do movimento Lahava gritaram "morte aos árabes", provocando o confronto com os palestinianos que se preparavam para a oração noturna do Ramadão, na Esplanada das Mesquitas.
Os jovens palestinianos organizaram uma contramanifestação para bloquear a marcha tendo os incidentes ocorrido junto à entrada da Cidade Velha, situada na parte oriental de Jerusalém, anexada por Israel.