Um dos organizadores dos protestos na Ucrânia está desaparecido desde quarta-feira, tornando-se no terceiro manifestante a desaparecer nessa semana, denunciou, esta segunda-feira, a Human Rights Watch (HRW), que já pediu uma investigação minuciosa sobre o seu paradeiro.
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"Estamos gravemente preocupados com a vida e a segurança de Dmitri Bulatov", disse Yulia Gorbunova, da HRW, acrescentando que "Bulatov é um dos líderes do movimento que tem sido ameaçado nas últimas semanas, havendo todas as razões para acreditar que o seu desaparecimento está relacionado com a participação nos protestos".
Uma das ameaças que Bulatov recebeu chegou por sms, e dizia apenas: "Queres morrer?", relatou a organização internacional de defesa dos direitos humanos, que afirma que já desapareceram três pessoas e que relata no seu site vários casos de ativistas envolvidos nos protestos a serem detidos, espancados e violentados pelas forças policiais.
Entre as acusações está a de a polícia deter arbitrariamente manifestantes e depois deixá-los numa floresta, sem dinheiro nem documentos, enfrentando temperaturas muito baixas.
A Ucrânia é palco há mais de dois meses de protestos em massa contra a decisão do Presidente Viktor Yanukovich de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo com a União Europeia e de estreitar os laços económicos com a Rússia.
Os protestos, os maiores desde a Revolução Laranja de 2004, agravaram-se na última semana depois da aprovação pelo Parlamento de legislação limitando as manifestações e reforçando as sanções contra os manifestantes.
Pelo menos três pessoas - seis segundo a oposição - foram mortas em confrontos entre manifestantes e forças de segurança.