Volodymyr Zelensky deu indicações para a criação de uma força com um milhão de militares, equipados com armas ocidentais, para recuperar o Sul da Ucrânia.
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Tendo em conta o amplo domínio russo nas regiões do Sul da Ucrânia - junto ao Mar de Azov e ao Mar Negro -, o presidente Volodymyr Zelensky lançou uma indicação aos seus chefes militares, numa derradeira tentativa de recapturar território tomado por Moscovo. Pediu o presidente ucraniano que seja desenhado um plano para a criação de uma força de combate com um milhão de efetivos, equipada com armas ocidentais.
A revelação foi feita pelo ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, em entrevista ao jornal The Times. Volodymyr Zelensky deu indicação ao seu exército para recuperar as áreas ocupadas junto ao Mar Negro, vitais para a economia do país. Para tal, será necessário, entende o chefe de Estado, criar uma força constituída por um milhão de militares, equipada com armamento do Ocidente.
"Entendemos que, politicamente, é muito necessário para o nosso país. O presidente deu ordem ao chefe militar supremo para elaborar planos. Depois disso, o estado-maior está a fazer o seu trabalho de casa e diz que para atingir esse objetivo precisamos de [armamento] XYZ", disse Reznikov.
Na mesma entrevista ao Times, o ministro da Defesa disse ainda estar a escrever cartas aos seus homólogos de países parceiros para explicar porque necessita a Ucrânia deste tipo de armamento: "E depois tomamos as decisões políticas", acrescentou.
Civis (ainda) sob ataque
No balanço de ataques a infraestruturas civis, a contagem de mortos no bombardeamento de sábado a um complexo habitacional, na pequena cidade de Chasiv Yar, na província de Donetsk, subiu para 26, de acordo com o Serviço de Emergência do Estado ucraniano, tendo sido resgatadas nove pessoas dos escombros. Sem precisar se se trata do mesmo ataque, Moscovo anunciou ontem ter destruído uma base militar ucraniana da zona de Chasiv Yar com armas terrestres de alta precisão, que "resultou na eliminação de mais de 300 nacionalistas".
O presidente ucraniano acusou Moscovo de ter atingido propositadamenbte civis em Chasiv Yar, e declarou que "a punição é inevitável para cada assassino russo". Na sua comunicação diária, Zelensky considerou ainda: "Quem dá ordens para tais ataques, quem as executa em cidades comuns, em áreas residenciais, mata absolutamente deliberadamente. Após tais golpes, eles não poderão dizer que não sabiam ou não entenderam algo".
Também em Kharkiv, um centro comercial e algumas habitações foram atingidos com rockets na manhã de ontem, de que resultaram pelo menos seis mortos e 31 feridos.
Nord Stream 1 suspenso
O gasoduto Nord Stream 1, no Mar Báltico, foi encerrado ontem para trabalhos de manutenção, o que interrompe o fornecimento de gás da Rússia à Alemanha durante 10 dias. A atividade deverá ser retomada a 21 de julho, mas Berlim teme que tal não se verifique, devido à guerra, uma vez que a Gazprom já tem reduzido o fornecimento alegando atrasos na reparação devido às sanções impostas a Moscovo.