Israel anunciou esta quinta-feira que matou Yahya Sinwar, "arquiteto" dos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023. Os pormenores divulgados pelos militares israelitas revelam como uma operação ocasional em Rafah tornou-se a capitulação do líder do Hamas.
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As Forças de Defesa de Israel (FDI), através da brigada Bislach, realizavam uma patrulha na quarta-feira em Tal al-Sultan, ao norte da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Os israelitas notaram que três pessoas suspeitas de serem militantes do Hamas movimentaram-se em direção a uma casa e abriram fogo.
Sinwar, que nesta altura não tinha sido identificado pelas FDI, abrigou-se num prédio em ruínas. Os meios de comunicação social israelitas relataram que o local foi atingido por disparos de tanques e um míssil.
Em seguida, um drone entrou no edifício e filmou o então desconhecido militante sentado numa poltrona. Com a mão ferida e o rosto coberto, a pessoa nas imagens divulgadas pelo Exército de Israel atira um pedaço de madeira contra o aparelho, enquanto as tropas de Telavive se aproximavam.
Ao entrarem no prédio, as FDI encontraram o militante com uma arma, um colete à prova de bala e uma quantia de 40 mil shekels (equivalente a quase dez mil euros), de acordo com o porta-voz militar israelita, o contra-almirante Daniel Hagari. "Ele tentou escapar e as nossas forças eliminaram-no”, afirmou.
Ao inspecionarem os corpos, os soldados suspeitaram da aparência do militante. Um pedaço do dedo foi então enviado para testes em Israel, com o cadáver a permanecer no local devido a suspeitas de que poderiam existir armadilhas. O corpo de Sinwar foi levado no final daquele dia.
O líder do Hamas, cuja morte o grupo islamita ainda não confirmou, estava sem a companhia de reféns como "escudos humanos" no momento do encontro com as forças israelitas. Hagari disse que, no entanto, as FDI encontraram amostras de ADN de Sinwar num túnel a umas centenas de metros de onde seis israelitas sequestrados foram executados no final de agosto.
"Sinwar morreu espancado, perseguido e em fuga – não morreu como comandante, mas como alguém que só cuidava de si. Esta é uma mensagem clara para todos os nossos inimigos", alertou o ministro da Defesa de Telavive, Yoav Gallant.