Um quarto da população da Somália está em risco de passar fome até ao final do ano devido às inundações mortíferas que este país empobrecido do Corno de África enfrenta, alertaram, esta terça-feira, as Nações Unidas.
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De acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM), as inundações afetaram gravemente as comunidades que já lutam para recuperar da pior seca das últimas décadas, a qual colocou milhões de pessoas à beira da fome.
Até agora, a ajuda humanitária tem evitado uma situação de fome, mas, de acordo com o PAM, a Somália está a enfrentar os piores níveis de subnutrição da última década.
Devido a um financiamento insuficiente, a agência das Nações Unidas só consegue prestar assistência alimentar a menos de metade das pessoas mais necessitadas.
"Com um quarto da população da Somália - 4,3 milhões de pessoas - a enfrentar uma crise de insegurança alimentar ou pior até ao final do ano, o apoio da comunidade humanitária continua a ser uma tábua de salvação", acrescentou o PAM.
Pelo menos 31 pessoas morreram e cerca de 500 mil tiveram de abandonar as suas casas na Somália devido às inundações causadas por chuvas incessantes, segundo um relatório oficial de domingo.
A Somália, onde a maioria dos seus 17 milhões de habitantes vive da pecuária e da agricultura, é um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, registando fenómenos meteorológicos extremos com maior frequência e intensidade.