Uma mulher e uma criança feridas durante confrontos entre mineiros e polícia em Espanha
Uma mulher e uma criança ficaram feridas na noite de quinta-feira durante confrontos entre mineiros e agentes anti-distúrbios, que se prolongaram durante a madrugada na localidade de Pola de Lena, na região espanhola das Astúrias.
Corpo do artigo
Os confrontos ocorreram depois de os mineiros terem cortado durante mais de cinco horas a autoestrada A66 e alargaram-se depois à zona urbana da localidade.
A mulher e a criança foram atingidas por uma bala de borracha da polícia e por outro objeto durante os violentos confrontos que se prolongaram entre as 22 horas de quinta-feira e as 4 horas da madrugada desta sexta-feira, (menos uma hora em Portugal continental).
O corte da estrada ocorreu próximo ao quilómetro 57 quando os mineiros conseguiram a chave de um autocarro com 31 passageiros que atravessaram na autoestrada, bloqueando todo o trânsito.
Barricadas em chamas foram depois instaladas próximo desse local, com a polícia a disparar balas de borracha e os mineiros a atirar petardos e outros objetos com bazucas artesanais.
Durante os confrontos uma criança que apareceu à janela de sua casa foi atingida na cara por uma bala de borracha e uma mulher, na mesma casa, foi atingida também na cara por vidros de uma janela que arrebentou devido ao estilhaço de uma das bazucas artesanais.
Os confrontos têm marcado as últimas semanas nas Astúrias com os mineiros a manterem, há mais de um mês, uma greve indefinida, com barricadas, cortes de estradas e de vias férreas e manifestações contra cortes no setor do carvão.
Há três dias houve também violentos confrontos, que testemunhos descrevem como uma "batalha campal" entre mineiros e agentes policiais, na localidade de Ciñera de Gordón, uma das mais afetadas pelos protestos das últimas semanas.
O Governo espanhol anunciou uma redução para 111 milhões de euros em 2012 dos subsídios para o setor do carvão, contra os 301 milhões concedidos no ano anterior, no âmbito das medidas para reduzir o défice das contas públicas.
Os sindicatos consideram que os cortes nos subsídios vão destruir as minas de carvão, que dependem da ajuda estatal para competir com as importações a mais baixo preço, e ameaçam de despedimento 8000 mineiros, e mais 30 mil pessoas com empregos indiretos relacionados com o setor.
No âmbito dos protestos, está em curso uma marcha negra, que começou há duas semanas na região e que deverá terminar na próxima semana em Madrid, com uma manifestação no centro da cidade.
A coluna de cerca de 160 mineiros partiu hoje de Sanchidrián (Ávila) para a localidade de Villacastín, entrando assim na província de Segovia, a cerca de 160 quilómetros de Madrid.