Há 11 anos no poder, Nicolás Maduro espera a reeleição nas presidenciais da Venezuela, mas as sondagens dão vitória à oposição. Analistas políticos ouvidos pelo JN traçam um cenário económico e social devastador e avisam que as antigas táticas de intimidação já não funcionam.
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Os eleitores venezuelanos vão neste domingo às urnas escolher o novo (ou o mesmo) presidente do país para os próximos seis anos. A data de 28 de julho assinala os 70 anos do nascimento de Hugo Chávez, de quem Nicolás Maduro, no poder desde 2013, é discípulo. Mas, apesar do simbolismo associado, as eleições podem ditar uma viragem na governação, com as principais sondagens (exceto as realizadas pelo Governo) a apontarem para um derrota expressiva de Maduro, que, na reta final de uma campanha marcada pela intimidação, ameaçou com um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso não seja reeleito.
Num país em colapso económico, as estatísticas de académicos e universidades privadas (o Governo não providencia números oficiais) apontam para mais de 90% dos cerca de 30 milhões de habitantes a viverem abaixo do limiar da pobreza e 50% em pobreza extrema. A mudança pode chamar-se Edmundo González - o candidato escolhido pela Plataforma Unitária Democrática, aliança da oposição, depois do afastamento forçado da liberal María Corina Machado, que, embora não seja a candidata oficial, continua a ser o rosto da oposição nestas eleições (leia abaixo o perfil).