A UNICEF alertou, esta terça-feira, para o aumento do número de crianças soldado na República Democrática do Congo, onde desde o início do ano foram recrutados pelo menos 147 menores, segundo dados da ONU.
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Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Patrick McCormick, disse que ocorrem atualmente no país "graves violações dos direitos humanos", considerando que a República Democrática do Congo (RDC) "está a regredir".
Na RDC registam-se violações dos direitos humanos que incluem o massacre de aldeias inteiras, violações em massa e sequestros, assim como o recrutamento de crianças para as forças armadas e os grupos rebeldes.
Cerca de duas mil crianças são utilizadas atualmente por grupos armados da RDC, sobretudo nas províncias orientais do Kivu do Norte e do Kivu do Sul, onde segundo a UNICEF milhares de crianças foram recrutadas.
A UNICEF calcula que cerca de 800 soldados do grupo rebelde Gedeon (da milícia Mayi Mayi) são crianças, o que representa 30 por cento do total de milicianos.
O Mecanismo de Vigilância do Conselho de Segurança das Nações Unidas informou que desde o início de 2012 o grupo rebelde do Exército de Resistência do Senhor sequestrou 35 crianças, enquanto 147 foram recrutadas por grupos armados da região e 188 crianças soldado foram libertadas, 46 delas pelo exército.
"Há necessidade urgente de reforçar a capacidade para receber cerca de mil crianças que estavam com os grupos armados e é precisa capacidade adicional para assegurar que as 2.200 crianças já libertadas têm possibilidades de reintegração", adiantou a UNICEF.
Além disso, alertou que 60 mil crianças na província do Kivu do Norte "estão em risco" de serem recrutadas, sobretudo depois de terem sido queimadas escolas e material educativa na região, impedindo-as de retomarem as aulas.
O apelo humanitário para a ajuda à República Democrática do Congo em 2012 ascende a 164 milhões de dólares, dos quais foram conseguidos 30,9 milhões.