O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou para as centenas de crianças migrantes que circulam sozinhas no sudeste da Europa, correndo mais riscos do que os adultos.
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Apesar do encerramento oficial de fronteiras, serão centenas as crianças migrantes que andam sozinhas no sudeste da Europa. "As crianças não acompanhadas passam por entre as lacunas do sistema de proteção infantil - despercebidas, não registadas e sem receber cuidados", alertou o assessor regional em matéria de proteção infantil da Unicef, Jean Claude Legrand.
O fecho das fronteiras e as restrições impostas pelas políticas e acordos sobre migrações leva a que os menores corram mais riscos na sua viagem em direção à Europa Ocidental, dado que optam muitas vezes por rotas alternativas e não seguras.
Desde o encerramento da rota migratória dos Balcãs Ocidentais, o número de crianças que chegaram à Bulgária aumentou cinco vezes. À Sérvia chegam diariamente cerca de 250 refugiados: 37% deles são crianças. Sabe-se ainda que, desde o início de setembro, duas crianças morreram e duas desapareceram numa embarcação que virou no Danúbio, a caminho da Roménia.
Apesar da tentativa de assegurar que estas crianças passem o menor tempo possível em instalações fechadas, o ritmo do esquema de recolocação e de realojamento e a falta de instalações levam a que este processo seja lento. No final de setembro, 60% das crianças não acompanhadas registadas na Grécia continuavam em lista de espera para alojamento. "Porque o sistema não responde às suas necessidades, as crianças não acompanhadas decidem o seu próprio destino para evitar atrasos processuais ou a detenção, que as expõe a perigos ainda maiores", conclui Jean Claude Legrand.