A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) reviu em alta, pelo quinto ano consecutivo, as previsões para a utilização de energia nuclear até 2050, admitindo que possa mais do que duplicar, avançou, esta segunda-feira, o organismo das Nações Unidas
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No final de 2024, havia 417 reatores nucleares em operação no Mundo, com uma capacidade total de 377 gigawatts elétricos (GWe), de acordo com um estudo da AIEA apresentado hoje em Viena, onde teve início a Conferência Geral desta agência da ONU.
No total, 8,7% da energia elétrica produzida no Mundo em 2024 era de origem nuclear.
De acordo com o cenário mais otimista, esse número mais do que duplica para 992 GWe em 2050, enquanto no cenário mais conservador fica em 561 GWe, uma subida de 50% face a 2024.
A nova tecnologia dos reatores modulares pequenos (SMR, na sigla em inglês) terá um papel fundamental nessa expansão, com entre 5% e 24% da nova capacidade instalada.
Desde 2021, quando a AIEA reviu em alta as suas projeções pela primeira vez desde o acidente de Fukushima em 2011, as previsões continuaram a subir de forma sustentada.
"As projeções anuais em constante aumento da AIEA sublinham um consenso mundial cada vez maior: a energia nuclear é indispensável para alcançar um abastecimento limpo, fiável e sustentável", afirmou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, no seu discurso na conferência geral.
A AIEA indicou que 31 países possuem centrais nucleares, enquanto outros 30, entre os quais o Egito, a Turquia e o Bangladesh, estão a construir instalações atómicas para gerar eletricidade.
O relatório lembra que as projeções levam em consideração os reatores operacionais, possíveis renovações de licenças, encerramentos programados, melhorias de potência e projetos de construção previstos para as próximas décadas.