
Em Portugal, a vacinação do HPV faz parte do Programa Nacional de Vacinação
Foto: Pedro Correia/Arquivo
O reforço da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) nos países de baixo rendimento permitiu evitar mais de um milhão de mortes por cancro do colo do útero em três anos, anunciou esta segunda-feira a Aliança para as Vacinas (Gavi).
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"Mais de um milhão de mortes por cancro do colo do útero foram evitadas e cerca de 86 milhões de raparigas estão agora protegidas contra a principal causa deste cancro, graças a um esforço concertado de três anos liderado pela Gavi (...) e pelos países de baixo rendimento", referiu a organização num comunicado.
O anúncio surge depois de a Gavi ter retomado o programa de vacinação contra o papilomavírus humano em 2023, destinada a proteger milhões de jovens raparigas da principal causa do cancro do colo do útero.
"Graças ao compromisso excecional dos países, dos parceiros, da sociedade civil e das comunidades, conseguimos atingir este objetivo mais cedo do que o previsto", declarou Sania Nishtar, presidente desta organização internacional que se apoia em financiamentos públicos e privados para vacinar crianças nos países mais pobres.
"Este esforço coletivo contribui para progressos globais significativos na eliminação de uma das doenças mais mortíferas para as mulheres", pois ainda hoje "a cada dois minutos, uma mulher morre de cancro do colo do útero", salientou.
Este cancro afeta mais gravemente os países de baixo rendimento, que carecem de serviços de rastreio e de acesso aos tratamentos, representando 90% das 350 mil mortes por cancro do colo do útero registados em 2022, segundo a Gavi.
Com mais de 50 países a terem introduzido a vacina, com o apoio da Gavi, até ao final deste ano esta estará disponível em países que representam coletivamente 89% dos casos de cancro do colo do útero no mundo.
A Gavi estima que os seus esforços terão permitido evitar um total de 1,4 milhões de mortes.
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou oficialmente um esquema de vacinação com dose única contra o HPV (em vez das duas doses anteriormente), permitindo assim vacinar duas vezes mais meninas com os "stocks" de vacina existentes.
Em Portugal, a vacinação do HPV faz parte do Programa Nacional de Vacinação (PNV), com indicações para ser administrada a raparigas com a idade de 10 anos e até à véspera de completarem os 18 anos, de modo a otimizar o grau de proteção, e desde 2020 passou a ser incluída também para rapazes aos 10 anos, nascidos após 1 de janeiro de 2009, para diminuir risco de desenvolver certo tipo de cancros e doenças genitais provocadas por alguns tipos de HPV.
