O acordo alcançado entre Israel e o Hamas que prevê a libertação de 50 reféns detidos em Gaza em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinianos detidos em Israel é úm dos maiores em décadas.
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Grandes trocas de prisioneiros palestinianos por israelitas já aconteceram pelo menos cinco vezes nos últimos 40 anos:
- 1983: 4500 prisioneiros em troca de seis soldados
A 23 de novembro de 1983, cerca de 4 500 prisioneiros, na sua maioria palestinianos, foram libertados por Israel em troca de seis dos seus soldados capturados um ano antes no Líbano, na sequência de um acordo com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Os soldados tinham sido raptados pela Fatah, o principal ramo da OLP, durante a invasão israelita ao país.
- 1985: 1150 prisioneiros em troca de três soldados
A 20 de maio de 1985, Israel libertou cerca de 1.150 prisioneiros, na sua maioria palestinianos, em troca de três soldados israelitas capturados em 1982 pela Frente Popular de Libertação da Palestina - Comando Geral (FPLP-CG).
- 1997: libertação do fundador do Hamas
A 01 de outubro de 1997, Israel libertou o fundador e líder espiritual do Hamas, o xeque Ahmed Yassin, detido há mais de oito anos, bem como dezenas de prisioneiros políticos palestinianos e jordanos, em troca de dois dos seus agentes secretos.
Os agentes tinham sido capturados em Amã, na Jordânia, após terem tentado assassinar um líder do Hamas, Khaled Mechaal, injetando-lhe veneno.
- 2004: devolução de restos mortais
A 29 de janeiro de 2004, Israel libertou cerca de 430 prisioneiros, dos quais 400 palestinianos e 23 libaneses, numa troca com o movimento xiita libanês Hezbollah.
O Hezbollah devolveu os restos mortais de três soldados israelitas e libertou Elhanan Tannenbaum, um empresário israelita e coronel na reserva que estava detido pelo Hezbollah desde 2000.
- 2011: O soldado Gilad Shalit é libertado após cinco anos de cativeiro
A 18 de outubro de 2011, o soldado israelita Gilad Shalit, detido em Gaza desde junho de 2006, foi libertado em troca de 1.027 prisioneiros palestinianos, em duas fases.
Foi a primeira vez em 26 anos que um soldado israelita capturado foi libertado com vida.
Em outubro de 2009, 20 mulheres palestinianas foram libertadas em troca de um vídeo do sargento Gilad Shalit.
O elevado número de palestinianos libertados em 2011 e a presença na lista de membros do Hamas, entre os quais Yahya Sinwar, que se tornou o líder do movimento islamita em Gaza, desencadearam um intenso debate na sociedade israelita, com a criação de um comité responsável pela definição das linhas vermelhas das negociações.