A Venezuela lançou, segunda-feira, uma campanha que prevê a troca voluntária de armas por bolsas de estudos, cirurgias e materiais de construção, entre outras possibilidades.
Corpo do artigo
A campanha das autoridades de Caracas surge no âmbito de um programa de desarmamento da população centrado no combate à insegurança no país.
O "plano" foi lançado pelo ministro venezuelano de Relações Interiores e Justiça, Miguel Rodríguez Torres, que explicou aos jornalistas que foram habilitados 72 sítios, em todo o país, para a entrega de armas em troca de incentivos.
"Iniciou-se a entrega de armas de maneira voluntária em todo o território nacional. Este plano terá uma duração de um ano. Esperamos recolher muitíssimas armas. Cada arma que deixar de circular representa uma probabilidade menor de violência, de uma morte ou de um delito", sustentou.
Segundo aquele responsável, nas primeiras horas da campanha foi recolhida "uma quantidade considerável de pistolas, revolveres e espingardas" com os participantes a pedir, em troca, "equipamentos como motosserras para trabalho florestal, computadores" e bolsas de estudo, de cinco anos, em universidades venezuelanas.
"Este é o caminho correto para construir solidamente a paz no país. Há setores como La Guaira (20 quilómetros a norte de Caracas) que disseram não gostar do sítio estabelecido para a entrega de armas e estamos abrindo um novo ponto, para que as pessoas tenham mais confiança", frisou.
A Venezuela conta atualmente com 30,2 milhões de habitantes e as projeções oficiais disponíveis dão conta de que em 2009 havia mais de 15 milhões de armas, legais e ilegais, no país.
Segundo dados do Observatório Venezuelano de Violência, em 2013 foram assassinadas 24.763 pessoas na Venezuela. A cidade de Caracas tem a mais alta taxa de homicídios do país, com 134 homicídios por cada 100 mil habitantes.
A insegurança na Venezuela afeta por igual tanto a cidadãos nacionais como a estrangeiros radicados no país, entre eles os portugueses.
Segundo fontes policiais, pelo menos uma dezena de portugueses e luso-descendentes foram assassinados na Venezuela, desde janeiro último.