Uma viatura armadilhada explodiu frente a um edifício onde esteve instalado o consulado dos Estados Unidos na cidade líbia de Bengazi, atentado que, segundo um responsável oficial, revela que os diplomatas permanecem em risco de segurança no país.
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A explosão danificou o edifício do ministério dos Negócios Estrangeiros e ocorreu no aniversário de um ataque de militantes islamitas ao atual consulado dos EUA na cidade onde foram mortos quatro cidadãos norte-americanos, incluindo o embaixador.
O ataque de 2012 em Bengazi também foi planeado para coincidir com o aniversário dos ataques do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington.
De acordo com a agência noticiosa AFP, uma vasta secção do edifício da cidade costeira do leste da Líbia foi destruída e parte dos escritórios do banco central, sitiado nas proximidades, seriamente danificados.
Um responsável do ministério dos Negócios Estrangeiros precisou que o consulado dos EUA estava localizado neste edifício durante o governo do rei Idris, mas foi encerrado alguns anos após o derrube da monarquia líbia pelo golpe militar de 1969 liderado por Muammar Kadafi.
O comunicado ministerial condenou "um ato terrorista cobarde destinado a atacar a soberania do Estado e criar uma imagem de caos", enquanto o funcionário ministerial considerou que os responsáveis pelo ataque "pretendem enviar a mensagem de que os representantes diplomáticos não estão em segurança em Bengazi".
A cidade, centro da revolta e da intervenção militar internacional que derrubou Kadafi em 2011, tem sido nos últimos meses atingida por uma vaga de atentados mortíferos, em particular dirigidos a membros das forças de segurança e do aparelho judicial, para além de diplomatas e interesses ocidentais.
A maioria dos atos de violência, incluindo a morte do embaixador norte-americano Chris Stevens em 2012, tem sido atribuída a islamitas radicais, que possuem forte implantação na região.