O chefe adjunto do estado-maior das Forças Armadas da Ucrânia, Iuri Doumanski, anunciou que pediu demissão em protesto contra as tentativas de implicar o exército no conflito, depois da violência sem precedentes no centro de Kiev.
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"Hoje implicaram o exército no conflito civil, que poderá causar a morte massiva de civis e de militares", declarou o general Doumanski no canal 5, emissora ucraniana.
"Eu decidi entregar a minha demissão para evitar a escalada" de violência, acrescentou.
O presidente ucraniano, Viktor Ianukovitch, substituiu o chefe do estado-maior das Forças Armadas, Volodimir Zamana, que se opunha à participação do exército na crise.
A violência no centro de Kiev já fez pelo menos 77 mortos desde terça-feira, pois as forças de segurança atiraram nos manifestantes com munições reais.
O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, denunciou novamente a violência na Ucrânia e advertiu o governo de Kiev para não utilizar as suas forças armadas contra o povo.
"Apelamos a todas as partes para dar provas de moderação" e ao "governo ucraniano abster-se de utilizar as forças armadas contra o povo", declarou Rasmussen em Atenas, depois de uma reunião com o primeiro-ministro grego, Andonis Samaras.
Entretanto, a Rada Suprema (parlamento ucraniano) vota, esta sexta-feira, o regresso da Constituição de 2004, que limita os poderes do chefe de Estado, anunciou o presidente do organismo legislativo, Vladimir Ribak.
A Presidência ucraniana emitiu um comunicado a dizer que "as negociações para resolver a crise política, firmado entre o presidente Viktor Ianukovitch, representantes da União Europeia e Rússia, chegaram a uma conclusão e deverá ser assinado ao meio dia, hora local (10.00 horas em Portugal continental)".
Após várias semanas de calma, Kiev voltou, desde terça-feira, a ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças de segurança, que já provocaram cerca de uma centena de mortos.