O Supremo Tribunal do Iraque condenou este domingo à morte o vice-presidente Tareq al Hashemi, julgado à revelia por crimes de terrorismo, noticiou a televisão oficial Al Iraqiya.
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O tribunal considerou Al Hashemi, um dos principais dirigentes sunitas do país que está refugiado na Turquia, e o seu cunhado Ahmed al Qatan, culpados pela morte de uma advogada, de um polícia e da sua esposa.
O julgamento do vice-presidente foi retomado hoje depois de terem sido trocados os juízes durante o processo.
Em dezembro, as autoridades iraquianas emitiram um mandado de detenção contra Hashemi e vários elementos do seu corpo de segurança por crimes de terrorismo, o que desencadeou uma crise política no país.
O partido político de Al Hashemi, o Al Iraqiya, chegou a boicotar as reuniões do Governo - chefiado pelo xiita Nuri al Maliki - e do parlamento em sinal de protesto pela detenção do seu dirigente.
O vice-presidente conseguiu entretanto fugir para o Curdistão iraquiano, onde beneficiou da proteção do presidente da região autónoma, Masud Barzani.
Em abril viajou para o Quatar, onde foi recebido pelo emir, Hamad bin Jalifa al Zani, viajando posteriormente para a Turquia, onde permanece.
Al Hashemi negou sempre as acusações que lhe são imputadas, insistindo que os testemunhos dos seus guarda-costas foram obtidos à força.
O julgamento começou a 03 de maio, cercado de um forte dispositivo de segurança, e cinco dias depois a Interpol emitiu um mandado de detenção e entrega válido para os 190 países membros da organização.
A sentença do tribunal foi conhecida no dia em que uma série de atentados em vários pontos do país, que causaram a morte a pelo menos 62 pessoas e ferimentos em mais de 250, segundo o mais recente balanço oficial.