O Museu Britânico encerrou várias exposições, este fim de semana, depois de um funcionário que tinha sido despedido ter "desligado" alguns dos seus sistemas.
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"Um profissional de Tecnologia da Informação que foi despedido na semana passada invadiu o museu e desligou vários dos nossos sistemas", disse um porta-voz do museu. "Estamos a trabalhar arduamente para que o museu volte a funcionar em pleno, mas lamentamos que as nossas exposições temporárias tenham sido encerradas hoje e assim se mantenham durante o fim de semana".
Segundo um porta-voz da polícia metropolitana de Londres, os agentes estiveram no Museu Britânico, quinta-feira à noite. A polícia deteve o homem de 50 anos no local por suspeita de roubo e de ter provocado danos no local. Foi libertado sob fiança, "enquanto são realizadas novas investigações", acrescentou o porta-voz.
Parte da coleção permanente do museu também foi encerrada na sexta-feira após o incidente, de acordo com a agência de notícias Britain's Press Association.
Numa mensagem no site oficial, lê-se que o museu está aberto, mas "algumas galerias tiveram de ser encerradas". "A capacidade será limitada e será dada prioridade aos membros e portadores de bilhetes pré-reservados", acrescenta a nota.
O incidente é a mais recente falha de segurança do museu, depois de terem surgido alegações em 2023 de que um ex-funcionário era suspeito de vender artigos roubados da sua vasta coleção. Cerca de 1800 objetos foram declarados desaparecidos ou roubados em agosto de 2023. O museu despediu o funcionário suspeito de estar envolvido naquilo a que chamou de "trabalho interno" e alertou a polícia, que interrogou uma pessoa mas não fez qualquer detenção. Centenas de objetos já foram recuperados.
Após o escândalo, Hartwig Fischer, o diretor do museu na altura, demitiu-se. Nicholas Cullinan, que anteriormente era responsável pela National Portrait Gallery, assumiu o cargo no ano passado.
Outros incidentes na Europa
O incidente em Londres não é único na Europa. Nos Países Baixos, o Museu Drents, em Assen, fechou este fim de semana depois de ladrões terem usado explosivos, na manhã deste sábado, para arrombar e roubar três pulseiras antigas e um capacete de ouro de Cotofenesti, datado de meados do século V a.C..
“Pelas 3.45horas de hoje, a polícia recebeu o alerta de uma explosão no Museu Drents, localizado em Assen. Ao chegar, verificou-se que a entrada no edifício tinha sido forçada com recurso a explosivos. Vários artefactos arqueológicos de grande valor foram roubados, incluindo o capacete dourado de Cotofenesti”, referiu fonte policial, que está a investigar o assalto com a ajuda da Interpol, citada pela agência EFE.
De acordo com as autoridades neerlandesas, a explosão partiu janelas e provocou danos em edifícios contíguos, num assalto “meticulosamente planeado”, que envolveu várias pessoas.
As peças roubadas faziam parte da exposição “Dácia – Império de ouro e prata”, patente até domingo, que apresenta “mais de cinquenta tesouros de ouro e prata da Roménia, desde o século XX a.C. até ao século III d.C.”, de acordo com informação disponível no site do Museu Drents.
O diretor geral do museu, Harry Tupan, lamentou o roubo, salientando que “não se trata de ouro, mas sim de património cultural, e essa herança foi levada de forma muito cruel”.
A polícia está também a investigar o incêndio de um veículo, localizado uma hora depois do assalto.
As autoridades suspeitam que o veículo possa estar relacionado com a explosão e o roubo no museu. “Um dos cenários possíveis é que os suspeitos tenham trocado de veículo”, referiu fonte policial.
A mostra “Dácia – Império de ouro e prata” foca-se na história do antigo reino de Dácia, onde atualmente se situa a Roménia. O capacete dourado de Cotofenesti, em ouro puro, era a peça central da exposição, organizada em conjunto com o Museu Nacional de História Romeno.
O diretor do museu romeno, Ernest Oberlander-Tarnoveanu, apelou ao regresso em segurança das peças. “Essa é a minha única esperança. São tão importantes que é impossível vendê-las”, afirmou, citado pela EFE.
Já em Paris, o Museu Orsay foi obrigado a desativar o seu próprio sistema de bilheteira durante várias horas na sexta-feira, depois de ter sido vítima de um esquema fraudulento. O museu, que alberga obras de Vincent van Gogh e outros mestres da pintura, foi alertado na sexta-feira que os visitantes que tentavam comprar bilhetes online estavam a ser redirecionados sem se aperceberem para sites falsos de venda de bilhetes. Depois de suspender os serviços de venda de bilhetes online durante parte de sexta-feira, as operações voltaram ao normal no sábado.