Pequena cidade no centro da Ucrânia foi alvo de ataque inesperado, de que resultaram mais de 20 mortos.
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Mísseis de cruzeiro russos, lançados através de submarinos que se encontram no mar Negro, atingiram esta quinta-feira a pequena cidade de Vinnytsia, no centro da Ucrânia, longe das linhas da frente da guerra e numa nova incursão de Moscovo em território próximo de Kiev. O presidente Volodymyr Zelensky descreveu o ataque, que ontem contava já 22 mortos (incluindo três crianças) e mais de 50 feridos, como um "ato de terror russo".
"Hoje [ontem] pela manhã, mísseis russos atingiram a nossa cidade de Vinnytsia, uma cidade comum e pacífica. Mísseis de cruzeiro atingiram duas instalações comunitárias, casas foram destruídas, um centro médico foi destruído, carros e elétricos foram incendiados. Este é um ato de terror russo", disse Zelensky, numa intervenção em vídeo na conferência internacional sobre crimes de guerra na Ucrânia, que ontem decorreu em Haia, organizada pela Comissão Europeia, o Tribunal Penal Internacional e o Governo dos Países Baixos.
O chefe da equipa de negociação da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, e conselheiro próximo do presidente Zelensky, referiu ontem que o ataque com mísseis russos na cidade de Vinnytsia constitui uma "estratégia militar aprovada" pelo presidente russo Vladimir Putin.
Podolyak considera que as forças russas estão a atacar cidades ucranianas "pacíficas" como Vinnytsia, Kremenchuk, Chasiv Yar e Kharkiv para forçar os ucranianos a uma "paz a qualquer preço".
De acordo com o chefe da Polícia Nacional da Ucrânia, Ihor Klymenko, citado pelo jornal The Guardian, no ataque a Vinnytsia mais de 50 edifícios e mais de 40 carros ficaram danificados, havendo ainda dezenas de desaparecidos sob os escombros.
Tribunal de guerra
Depois da chuva de mísseis que se abateu sobre Vinnytsia, o presidente Zelensky apelou à criação de um tribunal especial de crimes de guerra, para investigar todas as agressões ocorridas no âmbito da invasão russa da Ucrânia.
Após um momento de silêncio, antes de se dirigir aos participantes na conferência de Haia, Zelensky atirou: "As instituições judiciais existentes não podem levar todos os culpados à justiça. Portanto, é necessário um tribunal especial para tratar do crime de agressão russa contra a Ucrânia".
Um tribunal especial, defendeu o chefe de Estado, "garantirá a punição justa e legal daqueles que iniciaram esta série de desastres". E acrescentou: "Deve haver uma punição obrigatória e baseada em princípios para todos os criminosos russos".