Mais de 20 pessoas foram detidas na quarta-feira em Dublin, na segunda noite de manifestação contra requerentes de asilo, que resultou em confrontos com a polícia, informaram as autoridades irlandesas.
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A polícia informou ter detido 23 pessoas depois de os polícias terem sido alvejados com garrafas, tijolos e fogo de artifício à porta do Hotel Citywest em Saggart, sudoeste da capital irlandesa, onde uma menina de dez anos terá sido vítima uma agressão sexual por um requerente de asilo.
No dia anterior, pelo menos seis pessoas foram detidas durante um protesto no mesmo local e uma viatura policial foi incendiada.
Os manifestantes surgiram munidos de bandeiras irlandesas e cartazes em defesa das "vidas irlandesas" e contra os requerentes de asilo.
Foto: Peter Murphy / AFP
A alegada vítima de agressão sexual encontrava-se sob custódia do Estado, e o alegado agressor compareceu em tribunal.
Os meios de comunicação locais noticiaram que o homem de 26 anos suspeito de atacar a menina era um requerente de asilo.
O ataque ocorreu dentro ou perto do Hotel Citywest, que acolhe requerentes de asilo, também segundo os média locais.
Na terça-feira, o primeiro-ministro irlandês, Michael Martin, descreveu os acontecimentos como "extremamente graves e muito, muito sérios".
Num discurso ao Parlamento, reconheceu "a raiva e a preocupação de muitas pessoas em todo o país com o que alegadamente aconteceu".
"É claro que houve uma falha no dever do Estado de proteger esta criança", acrescentou.
O ministro da Justiça e Imigração, Jim O'Callaghan, "condenou" os distúrbios, citando os projéteis lançados contra a polícia.
A Irlanda e o Reino Unido têm registado confrontos e protestos violentos em frente a hotéis que acolhem requerentes de asilo, também na sequência de episódios de alegadas agressões sexuais.
Na Irlanda do Norte, após a detenção de dois adolescentes acusados de tentar violar uma jovem em Ballymena (norte) em junho, os violentos protestos anti-imigração resultaram em ataques a hotéis e dezenas de polícias feridos.