O fugitivo sul-africano condenado por homicídio e violação que simulou a morte na prisão, Thabo Bester, acusou as autoridades, esta terça-feira, de "tratamento desumano", na prisão de máxima segurança onde se encontra encarcerado há quatro meses.
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Pela primeira vez desde a sua detenção na Tanzânia, o conhecido "violador do Facebook" compareceu esta terça-feira no Tribunal de Magistrados de Bloemfontein, centro do país, ao lado da sua namorada, a médica Nandipha Magudumana, também detida, juntamente com mais 10 coacusados de envolvimento na sua fuga prisional.
O caso foi adiado para 11 de outubro para as investigações finais, segundo a justiça sul-africana.
Durante a audiência de tribunal, Bester e Magudumana trocaram "sussurros" na sala de tribunal, e "deram as mãos no banco dos réus", descreveu a imprensa sul-africana.
"Ele passa 23 horas do dia algemado e, na sua cela, algemado diariamente", adiantou o advogado de Bester, descrevendo as condições de encarceramento em que o arguido alegadamente se encontra na prisão de máxima segurança Kgosi Mampuru II, em Pretória, a capital da África do Sul.
Bester alegou ainda o desaparecimento de bens pessoais de luxo, no valor de 30 milhões de rands (1,4 milhões de euros), entre os quais vários telemóveis e computadores de última geração, dois relógios Rolex e dois Piguet, no valor de 2,6 milhões de rands (quase quatro mil euros) cada, entre vários outros artigos.
O violador e assassino sul-africano, condenado em 2012, alegou também que reportou à polícia o desaparecimento de o equivalente a mais de 17 milhões de rands (820 mil euros), em dinheiro, incluindo 36 000 dólares (32 888 euros), 500.000 libras (580 708 euros) e 150 mil francos suíços (156 380 euros), segundo a lista divulgada hoje na imprensa sul-africana.
Médica algemada "sem condições"
Por seu lado, a defesa de Magudumana alegou que a médica sul-africana foi "tratada injustamente" pela maneira como foi transportada para o tribunal por ter sido "algemada" sem condições, nem "onde se segurar" na carrinha policial.
Além da médica sul-africana, entre os acusados de ajudar na fuga contam-se quatro guardas prisionais da multinacional de segurança britânica G4S, sendo que dois acusados estão em liberdade condicional mediante pagamento de fiança.
Thabo Bester fugiu da prisão de Mangaung, na província sul-africana do Estado Livre, em maio de 2022.
Apelidado de "violador do Facebook", Thabo Bester foi condenado em 2012 a prisão perpétua por violação, roubo e homicídio.
Em maio do ano passado as autoridades prisionais pensaram que Bester tinha morrido depois de se ter incendiado atrás das grades, mas no final de março deste ano a polícia revelou que os testes de ADN tinham mostrado que o corpo carbonizado encontrado na sua cela não era o seu, mas o de Katlego Bereng, que terá sido reclamado de uma mortuária local no Estado Livre.
Bester foi detido em abril juntamente com a médica sul-africana Nandipha Magudumana, e um cidadão moçambicano, na cidade de Arusha, no norte da Tanzânia, perto da fronteira com o Quénia, quando tentavam deixar o país, segundo as autoridades sul-africanas.