Estudantes obrigadas a comer peixe cru e biscoitos de cão durante praxe violenta em Madrid referiram à Polícia que lhes tinha sido dito que a atividade, de dia 13 de setembro, seria divertida e não sabiam o que ia acontecer. Alegam não ter apresentado queixa com medo de represálias.
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As vítimas da praxe violenta, de dia 13 de setembro, na residência de Galdós, junto à Universidade Complutense de Madrid, afirmaram nos interrogatórios da Polícia que não estavam à espera de ser "insultadas e obrigadas a beber vinho de boca aberta", avança o jornal espanhol "El Mundo".
"[Os alunos mais velhos] foram longe demais com a brincadeira, não sabíamos até onde iriam", contou uma das novas estudantes, que acrescentou que as vítimas estavam alcoolizadas.
O grupo de caloiras disse à polícia municipal que não apresentou queixa por medo de represálias de outros estudantes e que "foram avisadas de que o que se passou ficava ali".
As novas alunas sabiam que estavam a ser filmadas e alertam para a existência de um acordo entre os agressores para a não divulgação das imagens. Imagens essas que foram enviadas, quase um mês depois, de forma anónima, para o diretor da residência, dando origem à abertura da investigação ao caso.
As estudantes, na sua maioria mulheres, foram obrigadas a ficar de joelhos, com as mãos atrás das costas durante cerca de três horas, enquanto outros estudantes lhes enfiavam peixe cru e biscoitos de cão na boca e as obrigavam a engolir um litro de vinho.
O incidente aconteceu porque as caloiras terão quebrado uma regra da praxe que proíbe os novos residentes de ter relacionamentos com estudantes do mesmo campus durante o primeiro mês de aulas.
Oito estudantes estão ser acusados de coação e de ofensa à integridade moral.
A comissão de proteção de menores está também a averiguar o caso, uma vez que há duas adolescentes de 17 anos envolvidas no escândalo.