A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou esta quarta-feira que algumas das vítimas do presumível ataque com armas químicas na Síria apresentam sintomas de exposição a uma categoria de produtos químicos que inclui os agentes neurotóxicos.
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Com este anúncio, a OMS confirma que o ataque de Khan Cheikhoun (província de Idleb, noroeste da Síria) - que resultou na morte de 72 pessoas, incluindo 20 crianças - parece ter envolvido armas químicas.
"A probabilidade de uma exposição a um ataque químico aumenta devido à aparente ausência de ferimentos externos, reportada nos casos que mostram o aparecimento rápido de sintomas [...] como dificuldades respiratórias agudas" e que constituem "a principal causa de morte", indica a OMS.
Alguns casos parecem apresentar "sintomas compatíveis com uma exposição a produtos organofosforados", uma categoria de produtos químicos "que inclui os agentes neurotóxicos".
O número de vítimas mortais devido ao bombardeamento químico de terça-feira em Khan Cheikhoun, no norte da Síria, subiu para 72, incluindo 20 crianças, informou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
O Governo de Damasco e a oposição culparam-se mutuamente pelo ataque à localidade na província de Idleb, uma região controlada maioritariamente pelos rebeldes e fações islâmicas.
Segundo a proteção civil síria, que presta serviços de resgate em áreas fora de controlo das forças governamentais, o ataque expôs cerca de 300 pessoas a substâncias químicas.
Os feridos apresentavam sintomas de asfixia, vómitos, espasmos e alguns espumavam da boca, segundo estas fontes.
Khan Cheikhoun tem cerca de 75 mil habitantes, muitos dos quais deslocados da província de Hama, e está sob controlo do Exército Livre Sírio, de acordo com dados disponibilizados à agência Efe pelo diretor do Centro de Informação de Idleb, da oposição, Obeida Fadel.