Von der Leyen investigada pela Procuradoria Europeia por negócio de vacinas com a Pfizer
A presidente da Comissão Europeia está a ser investigada num processo que envolve o negócio com a farmacêutica Pfizer das vacinas contra a covid-19, durante o pico da pandemia. Uma queixa apresentada por empresário anti-vacinas na origem da investigação.
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A Procuradoria Europeia está a investigar alegadas irregularidades relacionadas com as negociações entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o diretor executivo da Pfizer, Alberto Bourla, para a aquisição de vacinas contra a covid-19, durante o pico da pandemia.
De acordo com o jornal online "Politico", que consultou documentos jurídicos sobre o processo e que cita um porta-voz do Ministério Público belga, em causa estarão crimes de "interferência em funções públicas, destruição de SMS, corrupção e conflito de interesses". Até ao momento, ninguém foi acusado.
Segundo a mesma publicação, a investigação foi aberta pelas autoridades belgas, no início do ano passado, na cidade de Liège, na sequência de uma queixa-crime apresentada por Frédéric Baldan, empresário que tem ligações ao grupo antivacinas Bon Sens, a quem se juntaram mais tarde os governos húngaro e polaco - embora a Polónia possa vir a retirar a queixa em caso de vitória eleitoral de um governo pró-UE, liderado por Donald Tusk.
A queixa baseou-se numa suposta troca de mensagens entre Ursula von der Leyen e o líder da Pfizer, Albert Bourla, ocorrida antes do maior acordo de vacinas da União Europeia, num caso que ficou conhecido como "Pfizergate". A Comissão Europeia continua, até à data, sem divulgar o conteúdo das mensagens e a investigação passa agora para as instâncias europeias, numa altura particularmente importante, uma vez que Von der Leyen se recandidatou a um segundo mandato na presidência da Comissão Europeia.
“Tudo o que é necessário saber em relação ao assunto já foi dito e partilhado. Vamos aguardar pelos resultados", respondeu a presidente da Comissão Europeia, quando questionada pelo "Politico" acerca da recusa em que as SMS fossem divulgadas.
O acordo entre a Comissão Europeia e a Pfizer garantia a aquisição de vacinas, num valor estimado de 20 mil milhões de euros, mas o "Político" revelou, no final do ano passado, que pelo menos quatro milhões de euros em doses foram desperdiçados.