Jordi Novell sai do Institut Princep de Girona, em Barcelona, com um largo sorriso nos lábios. Foi o primeiro a votar naquele local, quando passava meia hora das dez da manhã. Mas o funcionário público já estava à porta daquele Instituto, bem perto da catedral Sagrada Família, desde as cinco da manhã. Ali assistiu ao nascer do sol juntamente com outras 200 pessoas, porque queria ter a certeza de que iria poder "exercer o seu direito de voto".
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Apesar de não contar com um censo eleitoral oficial, nem o reconhecimento do Estado central espanhol, muitos catalães fizeram questão de participar no referendo independentista convocado pela Generalitat. Neste local de voto concentraram-se durante toda a manhã várias centenas de pessoas. De guarda-chuva em punho, jovens e menos jovens, famílias completas fizeram longas filas, que chegaram a dar a volta a todo o quarteirão. Por vezes, a aparente tranquilidade era interrompida por gritos de "Votaremos!", sob o olhar dos Mossos d'Esquadra, a polícia catalã, que permaneceu na zona, sem ter feito qualquer intervenção, ao contrário do que aconteceu em outros locais de voto na Catalunha.
Angels levou para a porta do Colégio um banquinho dobrável porque está "disposta a esperar o tempo que for necessário para poder votar". Ao JN, diz que espera que o dia de hoje sirva para "internacionalizar a luta dos catalães por ter um Estado próprio. Dentro ou fora da União Europeia? "O que importa é que seja fora de Espanha", garante.
Cada vez que sai do Instituto algum dos 90 ativistas pró-referendo que passou a noite dentro do local para garantir a sua abertura, ouvem-se fortes aplausos. Aleu Agulló é um deles. De saco-cama debaixo do braço, diz que se decidiu a participar na ação "devido à repressão do Estado espanhol nas últimas semanas".
Sobre a validade que a votação poderá ter, Mari Carmen Ibarz tem dúvidas. Mas do que está certa é que "depois desta mobilização social, o Governo tem que se sentar a dialogar com a Catalunha", acredita.