A direção do partido de extrema-direita espanhol Vox rompeu todas as coligações com os conservadores do Partido Popular nos governos autónomos, por não aceitar a distribuição dos menores migrantes não acompanhados, os 347 menores que estão nas ilhas Canárias e em Ceuta e que vão ser levados para diferentes regiões.
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O anúncio foi feito pelo líder do Vox, Santiago Abascal, que explicou que o seu partido se retira dos governos regionais de Castela e Leão, Aragão, Comunidade Valenciana, Estremadura e Múrcia, com a demissão dos seus vice-presidentes, para se tornar uma oposição "leal e contundente" nestas comunidades.
O líder do Vox alegou que o seu partido foi vítima de "uma agressão política" por parte do líder do PP, Alberto Nuñez Feijóo, que terá obrigado os governos regionais a aceitar a distribuição de menores migrantes não acompanhados.
Abascal disse que esta foi "uma das decisões mais importantes" da história política do Vox, sublinhando que o seu partido não está apegado ao poder, preferindo respeitar os compromissos com o eleitorado.
Abascal acusou o líder do PP pela crise dos governos autónomos, alegando que Feijóo, ao mesmo tempo que manteve acordos com o líder do Partido Socialista Espanhol, Pedro Sánchez, se dedicou a "impedir e torpedear" todos os pactos com o Vox nas regiões.
Abascal também acusou Feijóo de ter imposto aos seus dirigentes regionais uma distribuição de menores com a qual não concordavam, bem como de os ter obrigado a "mentir e confundir".
O líder de extrema-direita explicou que o seu partido fez cedências "talvez demasiadas vezes" para salvaguardar os governos regionais, mas argumentou que "é impossível chegar a acordo com aqueles que não o querem", referindo-se ao desejo do PP de "impor políticas de fronteiras abertas".
Na sequência da decisão do Vox, o presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón (PP), já demitiu o seu vice-presidente, José Vicente Barrera, e outros dois membros do governo da região que fazem parte do Vox: Elisa Núñez, resposnsável pela Justiça, e José Luis Aguirre, que tinha a pasta da Agricultura.