O portal WikiLeaks condenou, em comunicado, a ameaça das autoridades britânicas de invadirem a embaixada do Equador em Londres, onde o seu fundador Julian Assange aguarda uma resposta a um pedido de asilo, prevista para esta quinta-feira.
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"O WikiLeaks condena fortemente a tentativa de intimidação do Reino Unido", refere a nota, salientando que uma "ameaça desta natureza é hostil e extrema, não é proporcional às circunstâncias e trata-se de um ataque sem precedentes contra os direitos de quem solicita asilo em todo o mundo".
No comunicado, o portal constata que a embaixada do Equador em Londres estava cercada pela polícia "numa demonstração de força ameaçadora" e que a eventual invasão da representação diplomática será "um ato unilateral e vergonhoso e uma violação da Convenção de Viena que protege as embaixadas em todo o mundo".
"Esta ameaça pretende antecipar o anúncio da decisão do Equador sobre o pedido de asilo de Julian Assange e pressionar o Equador a tomar uma decisão que seja agradável ao Reino Unido e aos seus aliados", conclui a nota.
O WikiLeaks realçou ainda que "estas medidas extraordinárias estão a ser tomadas para se deter um homem que não foi acusado de nenhum crime em nenhum país".
Assange é reclamado pela Suécia por alegada violação e agressão sexual a duas mulheres que conheceu numa viagem a Estocolmo em agosto de 2010, com as quais garante ter tido relações sexuais consentidas.
O fundador do WikiLeaks alega que estas acusações poderão ser parte de uma perseguição e de um plano para que seja extraditado para os Estados Unidos.
O australiano, de 41 anos, foi detido em Londres em dezembro de 2010, precisamente depois de o seu portal ter divulgado milhares de telegramas diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos.