A organização humanitária World Central Kitchen exige um processo à margem do que vai ser realizado pelo Governo israelita. Jill Biden faz apelo ao marido para que ponha um ponto final no conflito na Faixa de Gaza.
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A organização World Central Kitchen (WCK) exigiu, esta quinta-feira, em comunicado, uma investigação independente ao ataque israelita que matou sete trabalhadores humanitários que estavam em Gaza numa missão. No mesmo dia, o Governo de Israel anunciou uma investigação militar ao sucedido, mas avisou que o processo deverá demorar várias semanas.
A WCK pediu aos EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá e Polónia – países de onde as sete vítimas mortais eram originárias – para se juntarem a uma “investigação terceirizada” sobre a investida realizada com recurso a um drone. “Uma investigação independente é a única maneira de determinar a verdade do que aconteceu, garantir transparência e responsabilidade para os responsáveis e prevenir futuros ataques a trabalhadores de ajuda humanitária”, refere o comunicado da organização do chefe José Andrés.
O apelo surgiu no mesmo dia em que o Executivo do Estado hebraico comunicou que ia dar início a uma investigação militar para apurar as circunstâncias em que ocorreu o ataque da última terça-feira.
“Nas próximas semanas, à medida que as descobertas se tornarem claras, seremos transparentes e partilharemos os resultados com as pessoas”, assegurou a porta-voz do Governo israelita, Raquela Karamson, numa conferência de Imprensa. Um outro porta-voz do Executivo acrescentou, em declarações à BBC, que as primeiras conclusões podem surgir “nos próximos dias”.
Erros de identificação
O chefe de gabinete das Forças de Defesa de Israel, Herzi Halevi, atribuiu o incidente que roubou a vida aos trabalhadores humanitários a “erros de identificação”, acrescentando que o ataque “não foi realizado com a intenção de prejudicar os funcionários”.
No entanto, os argumentos apresentados pelo lado israelita não estão a convencer a comunidade internacional. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, destacou que as explicações “não eram boas o suficiente”.
Segundo o jornal norte-americano “The New York Times”, também a mulher do presidente dos EUA, Jill Biden, terá pedido, em privado, ao marido para que interceda de modo a travar a ofensiva em Gaza.