O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou esta quarta-feira que as guerras comerciais minam os “interesses legítimos” de todos os países e “têm impacto na ordem económica mundial”, numa altura em que Washington se mostra otimista em relação a um acordo.
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“As guerras tarifárias e comerciais minam os direitos e interesses legítimos de todos os países, prejudicam o sistema de comércio multilateral e têm impacto na ordem económica mundial”, disse Xi durante uma reunião com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, em Pequim, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.
Segundo Xi, a China continuará a esforçar-se para “salvaguardar o sistema internacional” e “defender a equidade e a justiça internacionais”, tendo as Nações Unidas como “pilar”.
Estas são as primeiras declarações de Xi depois de Trump ter manifestado na terça-feira otimismo quanto à possibilidade de os Estados Unidos e a China chegarem a um acordo comercial.
Para além de Trump, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, responsável pelas negociações comerciais, também manifestou esperança num desanuviamento da guerra comercial com a China.
“Quanto mais Trump fala, mais ansiosos os EUA parecem ficar"
Analistas chineses afirmaram, porém, que as declarações de Trump não representam qualquer “progresso substancial” ou mudanças nas negociações.
“Quanto mais ele fala, mais ansiosos os EUA parecem ficar. Trump e a sua equipa estão sob pressão, mas a China não está a mostrar sinais de impaciência”, disse Chen Zhiwu, especialista da Universidade de Hong Kong, citado pelo jornal de Hong Kong "South China Morning Post".
A administração Trump espera fechar acordos comerciais no próximo mês com a maioria dos países aos quais impôs taxas, mas a guerra comercial desencadeada pela sua política tarifária agressiva está centrada numa disputa com a China.
Na semana passada, Trump afirmou estar a falar com representantes chineses para chegar a um acordo com Pequim, mas, do outro lado, o seu homólogo Xi mantém tarifas de 125% sobre os EUA e tomou outras medidas, como vetar a entrega de aviões Boeing.
A China insistiu que não quer uma guerra comercial, mas “não tem medo de a enfrentar se necessário”.
Pequim também instou Washington a cancelar completamente todas as tarifas impostas e a iniciar um diálogo “com base no respeito mútuo”, reiterando que o protecionismo é um beco sem saída.
Pequim também advertiu que não aceitará acordos internacionais que sejam alcançados “à custa dos seus interesses”, depois de a imprensa internacional ter noticiado que Trump planeia pressionar outros países durante as suas negociações comerciais para limitar o seu comércio com a China.