A plataforma de vídeos norte-americana Youtube suspendeu o canal oficial onde o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, transmitia conferências de imprensa e outras atividades presidenciais.
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"Esta página não está disponível. Lamentamos o incómodo. Experimente pesquisar outro conteúdo", lia-se ao tentar entrar no canal que, de acordo com a imprensa local, acumulava mais de 233 mil assinantes.
Até ao momento não há qualquer informação sobre os motivos que levaram à suspensão do canal por parte do Youtube e o Governo venezuelano também não se pronunciou sobre o caso.
A suspensão do canal de Maduro tem lugar depois de, em várias oportunidades, os EUA e a União Europeia terem imposto sanções contra funcionários do Governo venezuelano e contra empresas que efetuam negócios com a Venezuela.
Além disso, clientes de vários bancos europeus têm sido impedidos de realizar transferências internacionais através da Internet a partir da Venezuela e vários bancos estarão a restringir as operações de contas por serem utilizadas em "localizações restringidas".
A suspensão tem lugar numa altura de aumento das tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, depois de em agosto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado o envio de navios de guerra para águas internacionais próximas do país sul-americano, citando a luta contra os cartéis de drogas da América Latina.
Na semana passada, Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um "barco que transportava droga", matando 11 "narcoterroristas", dizendo tratar-se de membros do Tren de Aragua, um cartel venezuelano estabelecido em vários países e classificado como organização terrorista pelo presidente norte-americano.
Os Estados Unidos acusam Maduro de liderar o Cartel dos Sois, um grupo dedicado ao tráfico de droga, e recentemente aumentou a recompensa por informações que levem à sua captura para 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros).
O presidente da Venezuela denunciou a presença militar norte-americana junto à costa venezuelana e negou qualquer ligação com o tráfico de droga.
Nas últimas semanas, Maduro apelou à população para que se aliste na milícia, um corpo altamente politizado, criado pelo falecido presidente Hugo Chávez (1954-2013), assim como anunciou um plano de defesa e o envio de 25 mil membros das forças armadas para as fronteiras.