As autoridades marroquinas condenaram na quinta-feira a prisão um homem que criticou o rei num vídeo divulgado na plataforma YouTube e detiveram um jornalista e ativista que defendeu contestatários anti-governo na rede social Twitter.
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Defensores da liberdade de imprensa consideram que as medidas refletem a crescente pressão contra os que usam as redes sociais para expressar a sua contestação face a problemas económicos ou sociais.
Um tribunal em Settat condenou Mohammed Sekkaki a quatro anos de prisão, por se ter referido aos marroquinos como burros e criticado o rei Mohammed VI num vídeo que divulgou em novembro no YouTube. Em Marrocos, criticar o rei é crime.
Igualmente na quinta-feira, o jornalista Omar Radi foi detido e acusado de insultar um juiz.
A detenção terá sido motivada por uma mensagem no Twitter do também ativista, há seis meses, criticando a decisão de um tribunal marroquino de condenar a duras penas de prisão líderes de manifestações na região do Rif.
O tribunal de Casablanca recusou fiança a Radi, disse o ativista Khalid el-Bekkari. Se for condenado, o jornalista arrisca até um ano de prisão e uma multa de 500 euros.
A liberdade de expressão é garantida pela Constituição marroquina, mas com limites. As autoridades consideram que os utilizadores das redes sociais estão a forçar demasiado os limites.