O presidente ucraniano acusou, esta quarta-feira, o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, de realizar um ataque “desumano” no dia de Natal, lançando várias dezenas de mísseis e mais de 100 drones explosivos contra a Ucrânia.
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“Hoje Putin escolheu conscientemente o Natal para o seu ataque. O que pode ser mais desumano?”, escreveu Volodymyr Zelensky no Telegram. “Mais de 50 mísseis” e vários drones foram abatidos, mas alguns ataques provocaram “cortes de eletricidade em várias regiões”, acrescentou o presidente ucraniano.
O ataque causou a morte de, pelo menos, uma pessoa e deixou pelo menos seis feridos, segundo as autoridades.
Este “terror de Natal é a resposta de Putin àqueles que falaram de um ilusório ‘cessar-fogo de Natal’” entre Kiev e Moscovo, referiu, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha.
Treze ataques à rede elétrica da Ucrânia em 2024
Desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia tem bombardeado regularmente a rede elétrica do país vizinho, mergulhando centenas de milhares, se não milhões, de pessoas na escuridão e no frio, muitas vezes durante o inverno.
O grupo DTEK, o principal fornecedor privado de energia do país, declarou na quarta-feira que as suas centrais térmicas tinham sido alvo deste novo ataque, tendo registado “danos graves” no seu equipamento.
“Este é já o 13.º ataque maciço ao sistema energético ucraniano este ano”, declarou a DTEK num comunicado. “Privar de luz e calor milhões de pessoas pacíficas que celebram o Natal é um ato depravado e maléfico que deve ser combatido”, disse o diretor executivo da DTEK, Maxim Timchenko, no X, apelando aos aliados de Kiev para que forneçam mais defesas aéreas.
Na madrugada de quarta-feira foi acionado um alerta aéreo em toda a Ucrânia, enquanto a força aérea comunicava o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro russos. A companhia nacional de eletricidade, Ukrenergo, anunciou restrições no fornecimento.
“O inimigo está, mais uma vez, a levar a cabo um ataque maciço ao setor da energia” e as autoridades estão a tomar “as medidas necessárias para limitar o consumo, a fim de minimizar as consequências negativas para o sistema energético”, escreveu no Telegram o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko.
Mudança de data festiva
Os ataques desta quarta-feira ocorreram no dia em que a Ucrânia, pela segunda vez na sua história moderna, celebra o dia de Natal a 25 de dezembro, como no mundo ocidental, e já não em 7 de janeiro, como no calendário juliano seguido pela Igreja Ortodoxa Russa.
Esta mudança de data foi oficializada no verão de 2023 por uma lei promulgada pelo Presidente, Volodymyr Zelensky, em sinal de desafio à Rússia.