Líder ucraniano espera que Europa e Estados Unidos tenham participação ativa nas conversações de paz, mas avisa que, sem o envolvimento de Kiev, “não vai funcionar”.
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O presidente ucraniano apelou hoje a um formato de negociações, que conduzam ao fim da guerra, que envolva a Europa e os Estados Unidos, mas salientou que é necessário que a Ucrânia tenha uma efetiva participação nas conversações. “Caso contrário, não vai funcionar”, avisou, pouco depois de, na sexta-feira, Vladimir Putin ter declarado que gostaria de se encontrar com o presidente Donald Trump para falar sobre “questões ucranianas”.
“Quanto à configuração das negociações: Ucrânia, eu realmente espero que a Ucrânia esteja lá, a América, a Europa e os russos”, disse Zelensky, em conferência de imprensa em Kiev com a presidente da vizinha Moldova, Maia Sandu, esclarecendo que nenhuma estrutura negocial foi ainda estabelecida.
“Sim, eu realmente gostaria que a Europa participasse, porque seremos membros da União Europeia”, declarou Zelensky, que disse acreditar que Trump poderia acabar com a guerra, mas que tal só vai acontecer se o novo líder da Casa Branca envolver a Ucrânia no processo negocial. “Caso contrário, não vai funcionar. Porque a Rússia não quer acabar com a guerra, enquanto a Ucrânia quer acabar com ela. Antes de qualquer reunião, seja ela qual for, é apropriado estabelecer um formato: como podemos alcançar uma paz justa? Penso que nos devemos concentrar nisso”, acrescentou o líder ucraniano, que receia que a Rússia escolha o modelo de um “decreto de paz” sem a aprovação da Ucrânia.
Se o novo presidente norte-americano se mostrou já disponível para dialogar com Putin, também o líder do Kremlin declarou, na sexta-feira, que gostaria de se encontrar com Trump para falar sobre a Ucrânia, citando um decreto emitido por Zelensky, em 2022, a proibir conversações com Putin, como uma barreira às negociações.
Zelensky justificou hoje ter introduzido essa proibição para impedir que Putin formasse outros canais de comunicação com interlocutores na Ucrânia, o que alega que a Rússia já estava ativamente a tentar fazer.