O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demitiu a Procuradora-Geral ucraniana e o chefe dos Serviços Secretos, um amigo de infância, acusando funcionários daqueles serviços de estarem a trabalhar para a Rússia nos territórios ocupados por tropas leais a Moscovo.
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Os decretos presidenciais, assinados este domingo, confirmam a demissão da Procuradora Geral, Iryna Venediktova, e do chefe dos Serviços de Segurança Ucranianos (SBU, na sigla original), Ivan Bakanov, um amigo de infância de Zelensky, segundo os media internacionais.
"As ações específicas e a falta de ação de quem compete a aplicação da lei serão avaliadas", disse o presidente ucraniano, em comunicado, citado pela Rádio Europa Livre. "Até ao momento, foram instaurados 651 processos-crime por traição e atividades colaboracionistas do gabinete da Procuradora-Geral, de forças de investigação e outras agências de segurança", acrescentou Zelensky.
"Em particular, mais de 60 funcionários do gabinete da procuradora e do SBU ficaram nos territórios ocupados e estão agora a trabalhar contra o nosso Estado", disse Zelensky.
"Este conjunto de crimes contra as fundações da segurança nacional e as comprovadas ligações entre funcionários das forças de segurança da Ucrânia e os serviços secretos da Rússia levantam questões sérias para estes líderes", disse ainda o presidente da Ucrânia. "Todas estas questões terão uma resposta adequada", acrescentou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,7 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Também segundo as Nações Unidas, 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.