Barcelona

Bombeiros passam horas a escavar no lixo para resgatar homem de 250 quilos preso em casa

Bombeiros passam horas a escavar no lixo para resgatar homem de 250 quilos preso em casa

Alejandro B., que sofre de uma condição clínica caracterizada pela acumulação de lixo, caiu, não conseguiu levantar-se e ficou vários dias sem comer. Vizinhos culpam serviços sociais por não terem atuado face a um problema conhecido há vários anos.

Os bombeiros resgataram, na quarta-feira, um homem de 48 anos, com mais de 250 quilos, que caiu, em casa, em El Prat de Llobregat (Barcelona), e não se conseguiu levantar, tendo passado vários dias sem comer e beber.

Segundo avança o espanhol "El País", Alejandro B. sofre de Síndrome de Diógenes, caracterizada por afastamento social e negligência com a higiene, tendo acumulado dentro de casa centenas de sacos do lixo que complicaram a intervenção dos meios de socorro.

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O homem não saía de casa desde o início da pandemia, altura em que começou a fazer teletrabalho. Apesar dos alertas dos vizinhos, sempre que os serviços sociais da autarquia tentavam intervir, Alejandro dizia que estava tudo bem, não deixando que ninguém entrasse em casa.

A operação de resgate começou às 8.30 e durou cerca de sete horas, tendo sido usada uma escavadora para ir retirando, através de uma janela, os sacos, caixas e resíduos acumulados no interior da habitação. Só ao meio-dia conseguiram alcançar o homem. Alejandro estava com problemas respiratórios, foi-lhe colocado oxigénio e, por volta das 15 horas, os bombeiros conseguiram retirá-lo da habitação.

"É escandaloso", defendeu um dos vizinhos, citado pelo "El País", lamentando que os serviços sociais não tenham tido uma postura mais firme face à condição clínica do homem. "Falaram com ele ao telefone e ficaram satisfeitos quando ele disse que estava tudo bem", contou, sem querer ser identificado.

Arnau García, chefe de ação social e comunitária da Câmara Municipal de El Prat, explicou que Alejandro começou a ser acompanhado em 2003, altura em que, numa visita, identificaram que sofria de obesidade mórbida e tendência para acumulação de resíduos. Nessa altura, o caso não era grave, frisou. Em 2012, os serviços sociais deram conta do agravamento do quadro clínico do homem, sendo que, três anos depois, foi feita uma "limpeza de choque" na sua casa. Desde então, garantiu, não foi detetada mais "nenhuma situação anómala".

O homem está internado, mas não corre perigo.

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