Um relatório divulgado esta segunda-feira pela ONU e pela Cruz Vermelha alerta para que territórios da Ásia e África irão tornar-se inabitáveis para 600 milhões de pessoas até 2100, devido ao aumento de eventos de calor extremo: "existem limites claros além dos quais as pessoas expostas ao calor e humidade extremos não podem sobreviver".
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O estrutura da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) e a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) prepararam um relatório antes da Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que vai acontecer no Egito, no próximo mês.
As duas organizações projetaram as taxas de mortalidade devido a ondas de calor "incrivelmente altas", comparando-as com qualquer tipo de cancro ou doenças infecciosas nas sociedades mundiais, revela o jornal norte-americano "The Washington Post".
Os grupos humanitários observaram que "ondas de calor podem atingir ou mesmo ultrapassar os limites fisiológicos e sociais" na região do Sahel e na Somália, em África.
Para além disso, avisaram que o sul e o sudoeste da Ásia enfrentam eventos semelhantes que causam "sofrimento generalizado e perda de vidas".
O diretor das Nações Unidas Martin Griffiths avisa que o atual desenvolvimento climático continua a aumentar e a atingir "pessoas mais vulneráveis ao limite", esperando que o relatório "sirva não apenas como um alerta, mas também como um roteiro".
O OCHA e a IFRC sugeriram no relatório que fossem tomadas medidas rigorosas para evitar possíveis desastres recorrentes e que podem mitigar os piores efeitos do calor extremo.