
Caso vai ser publicado na revista "National Geographic", em fevereiro
"National Geographic"
Um novo achado arqueológico surpreendeu uma equipa de investigadores que desde há oito anos estuda a antiga civilização Chimú, que povoou a região La Libertad, no Perú. Os arqueólogos encontraram restos mortais de 132 crianças e 260 lamas jóvens, em Pampa La Cruz, área recentemente escavada à entrada da cidade de Trujillo.
O achado, que vai ser apresentado na edição de fevereiro da revista "National Geographic", soma-se à descoberta dos restos morais de 137 crianças e 206 lamas, na zona de Huanchaquito-Las Llamas, a 1,5 quilómetros de Pampa La Cruz, em abril de 2018, que é considerada o maior sacrifício de crianças de toda a América, "e provavelmente da história mundial", segundo a "National Geographic".
De acordo com o jornal peruano "El Comercio", em relação a esta última descoberta, os assassinatos ocorreram em quatro eventos sacrificiais, um a cada 100 anos, entre 1200 e 1520. "Isso revela que, mesmo com a conquista Inca, os Chimú continuaram com sacrifícios humanos", disse ao jornal o arqueólogo peruano Gabriel Prieto, que desde 2011 lidera a equipa de investigação que, nos últimos anos, recebeu financiamento da organização sem fins lucrativos "National Geographic Society".
Segundo os investigadores, as crianças teriam entre 5 e 14 anos e estariam de boa saúde, na altura das mortes, o que indica que terá sido "um sacrifício de grande valor".
A presença de têxteis com representações de divindades e ornamentos nos túmulos encontrados surpreenderam os arqueólogos nesta nova descoberta. Além dos artefactos e vestimentas pintadas com que as crianças foram enterradas, a equipa encontrou também sementes e penas de aves exóticas em "excelente estado", que Prieto explica como um sinal da relação entre as sociedades costeiras e da selva.
O antropólogo John Verano, da Universidade de Tulane (EUA), investigador e especialista em sacrifícios humanos, diz que não há nenhuma evidência científica de sacrifício de crianças desta magnitude noutras civilizações, nem mesmo em impérios, como o Inca, Maia ou Asteca: "Em todo o mundo há evidências de sacrifícios, mas não se comparam aos que foram feitos pelos Chimus."
