Angélique é filha de António Basto, cidadão português que morreu no atentado terrorista no Burkina Faso. Diz que "teve um pressentimento", que o pai estaria morto, quando soube do ataque em Ouagandougou.
Corpo do artigo
António Basto, 51 anos, português de nascença, morreu, sábado, num atentado reivindicado pela al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI). Casado com uma cidadã francesa, era pai de quatro filhos.
"A minha mãe falou com o meu pai pela última vez na sexta-feira, por isso ela sabia que ele estava no restaurante", contou Angélique, aos microfones da rádio "France Info".
O ataque visou o Hotel Splendid e no restaurante Capuccino. Morreram pelo menos 29 pessoas, quase todos estrangeiros.
"Fui eu quem telefonou à minha mãe para lhe dizer que se tinha passado qualquer coisa no Burkina Faso, num restaurante chamado Capuccino", conta a filha de António Basto, que vivia em Bosc-Hyons, na região da Normandia.
"É bizarro explicar, mas tive um pressentimento. Estava convencida de que tinha acontecido alguma coisa", disse Angélique.
António Basto estaria a jantar naquele restaurante, na companhia de dois colegas de trabalho franceses, quando foi assassinado.
"O meu pai não gosta de comida muito condimentada, e sabendo que se tratava de um restaurante onde muitos europeus iam comer, no fundo, sabíamos que ele estava lá", contou.
O jornal francês "Le Parisien" publicou imagens dos três trabalhadores da empresa Scales, que confirmou a morte dos homens.
"Confirmamos a morte dos nossos colaboradores, os senhores Arnaud Cazier e Eddie Touati, de nacionalidade francesa, e António de Oliveira Basto, de nacionalidade portuguesa, que tinham viajado para o Burkina Faso por conta da nossa empresa", esclareceu o responsável, Thierry Costard.